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Lava Jato denuncia Cabral e Bezerra por propinas em contratos do DER

O Ministério Público Federal ofereceu mais uma denúncia contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e seu operador financeiro, Luiz Carlos Bezerra, desta vez por corrupção relacionada a supostas propinas de mais de R$ 550 mil recebidas entre 2011 e 2017 no âmbito de contratos do Departamento de Estradas e Rodagens.

A denúncia atinge ainda o dono da construtora Macadame, Maciste Granha de Mello Filho, que efetuou ao menos oito pagamentos à organização criminosa chefiada por Cabral. O empresário é acusado de corrupção e organização criminosa.

“Como se vê, o denunciado Sérgio Cabral, no exercício do seu mandato como governador do Estado do Rio de Janeiro, solicitou, aceitou promessa e efetivamente recebeu vantagem indevida para exercer o seu cargo com especial atenção para os interesses privados do denunciado Maciste Granha de Mello Filho”, afirmam os procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Além das condenações dos denunciados pelos crimes imputados, a força-tarefa da Lava Jato fluminense pediu à Justiça que condene o trio ao pagamento de ao menos R$ 552.678,60 como reparação dos danos materiais (valor mínimo equivalente ao montante cobrado e recebido a título de propina no caso) e ao menos R$ 1.105.357,20, como reparação dos danos morais coletivos decorrentes da corrupção.

A denúncia se dá no âmbito da Operação C’est fini, deflagrada em 2017. Segundo a peça, registros contábeis apreendidos com o operador de Cabral na Calicute mostram que Maciste efetuou, entre 2011 e 2017, ao menos oito pagamentos em valores entre R$ 25 mil e R$ 100 mil.

A Construtora Macadame possuía contratos com o Departamento de Estradas e Rodagens do Rio para executar obras estaduais. Apenas na execução de obras na rodovia RJ-125, a empresa recebeu R$ 118 milhões, aponta o MPF. Os valores sob investigação teriam sido entregues em espécie diretamente a Bezerra.

A Procuradoria também ressaltou a proximidade de Maciste com outros membros da organização criminosa. Ele era vizinho de Cabral e além disso há registros da participação do empresário em eventos sociais, como o aniversário de Sérgio de Castro Oliveira, outro operador financeiro do ex-governador do Rio.

Cabral está preso desde novembro de 2016 no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, quando foi detido pela Polícia Federal na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio. O ex-governador é réu em mais de 30 ações penais e já foi condenado 13 vezes. A soma das penas contra ele já chegam a 282 anos de prisão.

COM A PALAVRA, OS DENUNCIADOS

Até a publicação desta matéria, a reportagem havia tentado contato com os acusados, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

Por Redação

Estadão Conteúdo

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