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MP mira em lavagem de dinheiro do Comando Vermelho que girou R$ 200 mi em um ano

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) e a Polícia Civil realizam nesta quinta-feira, 17, a Operação Overload II que investiga um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do Estado. A ofensiva faz 28 buscas em endereços do Rio, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Os endereços vasculhados pelos investigadores estão ligados a 12 denunciados, informou o MP-RJ, entre eles os líderes da facção, Elias Pereira da Silva, o “Elias Maluco”, e Márcio Santos Nepomuceno, o “Marcinho VP”, ambos presos na penitenciária federal de Catanduvas.

As ordens foram expedidas pela 1ª Vara Criminal Regional de Madureira, que também determinou o bloqueio de contas bancárias ligadas ao esquema. Segundo a Promotoria, a ofensiva aberta nesta quinta é um desdobramento da operação “Overload” que, em 2015, cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão contra 61 pessoas acusadas de associação armada ao tráfico de drogas e armas.

As investigações apontaram que “Elias Maluco” e “Marcinho VP”, por meio de seus subordinados Eliezer Miranda Joaquim, o “Criam”, e Felipe da Silva Guimaraes Junior, o “Zangado”, se utilizavam de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao esquema criminoso para “lavarem” os recursos obtidos com o tráfico de drogas em diferentes comunidades do Estado.

O Ministério Público do Rio apontou que as apurações tiveram início com a apreensão de um celular pertencente a um integrante da facção criminosa durante incursão policial no Morro do Juramento em 2014.

A análise do aparelho revelou diversas mensagens entre criminosos onde foram indicadas ao menos 28 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas, que serviam para ocultar, circular e dissimular a origem do dinheiro obtido ilicitamente pela organização criminosa através do tráfico de drogas e armas, diz o MP do Rio.

A Polícia Civil apontou ainda que Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) e a quebra do sigilo fiscal dos investigados apontaram 10 pessoas físicas e de 35 empresas envolvidas na “complexa engenharia financeira” do esquema de lavagem que movimentou em pouco mais de um ano cerca de R$ 200 milhões.

“Com base nas informações apuradas, o DGCOR desvendou um elaborado esquema de lavagem de dinheiro que visava dar aparência lícita ao dinheiro obtido pela organização criminosa com o tráfico de drogas, compra e venda de armas de fogo e munições, roubos de carga, de veículos, a estabelecimentos comerciais, a instituições financeiras, entre outros crimes. A quadrilha usava contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas para efetuar depósitos de altos valores e, posteriormente, realizava retiradas dessas contas como se fosse receita lícita”, registrou a corporação em nota.

Denunciados

Segundo o Ministério Público fluminense, os acusados Gustavo Vieira de Oliveira e Danilo Flores da Silva receberam em suas contas bancárias depósitos de valores ligados ao Comando Vermelho, mesmo sabendo da origem ilegal dos valores.

Já as denunciadas Liliane Laurinda Rocha e Liz Lelis Rocha, sócias da Expoarte Fast Money e da Liliz Brazilian Fast Money, permitiam a utilização de contas pertencentes às empresas para o direcionamento de valores pertencentes à facção, recebendo depósitos em espécie e fazendo circular e movimentar os recursos ilegais em outras contas bancárias, por meio de transferências.

A Promotoria apontou ainda que Carolina Melissa Ribas da Costa e Maria Aparecida Campos de Oliveira, sócias da Vest Tur Agência de Viagens (cujas atividades se encerraram em 2015), permitiram a utilização de contas pertencentes à empresa para circular dinheiro pertencente ao esquema criminoso.

O mesmo procedimento era utilizado pelos empresários Paulo Morinigo e Vitor Ivanovitch Costite, donos das empresas Paulo Morinigo ME e Vitor Ivanovitch ME.

Segundo os investigadores, é certo que havia circulação de valores oriundos do esquema criminoso entre as contas mencionadas.

Até o publicação desta matéria, a reportagem não havia obtido o posicionamento dos citados. O espaço está aberto para manifestações.

Por Redação

Estadão Conteúdo

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