A Moody’s atribuiu rating Ba2 às notas seniores da BRF, com perspectiva estável. As analistas Barbara Mattos e Marianna Waltz escrevem que a emissão não terá efeito material sobre a alavancagem da companhia, dado que os recursos serão utilizados na recompra de dívidas mais antigas e para propósitos corporativos em geral.
Ao mesmo tempo, de acordo com a agência de classificação de risco, a nova emissão vai alongar o perfil de dívida da BRF. Isso ocorrerá em paralelo à melhoria operacional da empresa, que, segundo as expectativas da casa, deve continuar em 2021. “Ao mesmo tempo, a desaceleração da economia global em 2020 deve dar suporte à demanda por frango, dado que é mais barato que outras proteínas animais.”
O relatório lembra que a BRF enfrenta desafios em termos de volume no mercado Halal, um dos de maior importância para a companhia, mas comenta que, ao mesmo tempo, outros mercados têm fundamentos positivos, como o chinês, onde a continuidade da peste suína africana abre espaço para importações ainda fortes de suínos, que a BRF também produz.
Do ponto de vista do balanço, Barbara e Marianna esperam que as métricas de crédito da BRF sigam fortes nos próximos 12 a 18 meses, e que o perfil de liquidez também se mantenha adequado. Na visão delas, isso ocorrerá através de uma distribuição de dividendos em níveis “prudentes”, para evitar um comprometimento do caixa e da alavancagem.
Por Matheus Piovesana
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