O PSOL formalizou neste sábado, 5, a candidatura da chapa Guilherme Boulos/Luiza Erundina com discursos de ataque ao presidente Jair Bolsonaro e aos governos tucanos de João Doria e Bruno Covas, combate à corrupção e prioridade à população das periferias.
No início do evento, o presidente nacional do partido, Juliano Medeiros, defendeu que a campanha em São Paulo tente resgatar parte do eleitorado pobre que votou em Jair Bolsonaro. “A última grande decepção atende pelo nome Jair Bolsonaro. Nem todo mundo que votou no Bolsonaro é fascista. Nós temos que resgatar esse pessoal”, disse o dirigente.
Para marcar o compromisso com a periferia, a convenção que homologou as candidaturas foi realizada em um campo de futebol na comunidade do Morro da Lua, em Campo Belo (zona sul).
Quase todos os oradores lembraram do alto número de mortos e infectados pelo novo coronavírus e culparam os governos federal, estadual e municipal pela “tragédia”. Boulos lembrou que só um dos quatro hospitais de campanha abertos em São Paulo fica na periferia, que a cidade é a segunda do mundo em número de mortos (só perde para Nova York) e que o índice de óbitos é maior nas regiões pobres do que nos de classe média e alta.
O agora candidato fez fortes ataques ao presidente. “O Brasil tem mais de 120 mil mortos, mas ele (Bolsonaro) não se interessa, só se interessa pelo (Fabrício) Queiroz e pela milícia do Rio de Janeiro”, disse Boulos.
No discurso de abertura da campanha, o candidato do PSOL incluiu o tema do combate à corrupção. Citando o exemplo do governo Erundina, que construiu seis hospitais com um orçamento muito menor do que o atual, ele disse que é possível realizar benfeitorias se o dinheiro não for desviado para a corrupção e citou uma série de escândalos dos governos tucanos em São Paulo como a máfia da merenda, os desvios na construção do Rodoanel e nas linhas de trens e metrô. “Vamos chegar lá sem rabo preso. No nosso governo empreiteira, OS de saúde e empresa de ônibus não vai mandar”, disse ele.
Boulos aproveitou para alfinetar e pré-candidato Marcio França (PSB), que foi vice do governador tucano Geraldo Alckmin. “Quem vai representar os tucanos não é um só. Tem o candidato oficial, Bruno Covas, mas tem um monte que foi tucano a vida toda, foi vice do Alckmin e está escondendo o bico agora”, afirmou.
Em rápida entrevista coletiva, Boulos disse que as pesquisas já o colocam como o candidato mais bem colocado no campo da esquerda, mas evitou fazer críticas ao PT. Segundo ele, as administrações petistas tiveram “méritos”, mas a prioridade à periferia foi insuficiente.
Por Ricardo Galhardo
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