Categories: Política

Julgamento indica tendência de Witzel virar réu

O julgamento da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que confirmou o afastamento de Wilson Witzel (PSC) do governo do Rio, indica a tendência do colegiado de colocar o ex-juiz federal no banco dos réus.

A avaliação é de ministros do próprio STJ e de aliados do governador afastado ouvidos reservadamente na quinta-feira, 3, pelo Estadão. Segundo eles, até o final deste ano – se o processo de impeachment na Assembleia Legislativa (Alerj) não for concluído – a denúncia apresentada contra Witzel pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, deve ser aceita.

Após a derrota no STJ, os advogados de Witzel devem acionar nos próximos dias o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para tentar reconduzi-lo ao cargo. Uma reviravolta no caso, no entanto, é considerada improvável. Em caso de cassação, Witzel perderia foro privilegiado e a ação penal a ser aberta após um eventual recebimento da denúncia tramitaria na primeira instância. Segundo um ministro do tribunal, o ex-juiz “já é ex-governador”.

Defesa

Witzel apresentou ontem sua defesa à Alerj e alegou que o processo de impeachment é uma ação política para derrubá-lo, e faz parte de um “movimento mais amplo”, que também teria como alvo outros mandatários estaduais. O documento de 41 páginas protocolado na Casa por seus advogados, cita os chefes dos Executivos estaduais de Santa Catarina, Amazonas, que também foram alvo de processos de impeachment.

Os advogados argumentaram que a peça não tem base jurídica para prosseguir. Eles alegam perda de objeto e ausência de provas. “Não há, em suma, provas contra o governador, e seu afastamento provisório se deu por razões processuais, de forma açodada e antes mesmo do indispensável exercício do direito de defesa.”

Por força da decisão confirmada pela Corte Especial do STJ, Witzel deverá ficar longe do cargo por 180 dias. Com a defesa entregue à Comissão da Alerj que analisa o pedido de impeachment, a tendência é que o relatório final do colegiado fique pronto nas próximas semanas. O prazo legal é de cinco sessões – a contagem foi iniciada ontem.

Para a aprovação do impeachment é necessário o número mínimo de 47 votos – dois terços do total de 70 parlamentares. Se Witzel for derrotado nesta votação, forma-se um tribunal misto, composto por deputados estaduais e desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) para julgar o governador afastado por decisão do Legislativo. Em caso de condenação neste tribunal, Witzel perde definitivamente o cargo e fica inelegível por oito anos. (Colaborou Caio Sartori)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Rafael Moraes Moura

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Mapa mostra mancha de poluição sobre o Brasil; queimadas podem ser a causa

O Copernicus, um programa de observação da Terra da União Europeia, apontou uma grande mancha…

2 horas ago

Motorista de BMW atropela e mata motociclista na Rodovia Anchieta

Um motorista de 21 anos atropelou e matou um motociclista no km 13 da Rodovia…

2 horas ago

Aparelho que faz eletrocardiograma doméstico chega às farmácias do País

Um novo equipamento de uso doméstico que realiza tanto o exame de eletrocardiograma (ECG) quanto…

3 horas ago

Solidariedade pede ao STF suspensão da lei das Bets e inconstitucionalidade de apostas

O Solidariedade pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) neste sábado, 28, a suspensão imediata da…

4 horas ago

Em São Paulo, 67% dos eleitores ainda não escolheram candidato a vereador, diz Datafolha

Pesquisa do instituto Datafolha aponta que 67% dos eleitores da cidade de São Paulo ainda…

4 horas ago

STF encerra julgamento e rejeita recurso por ‘revisão da vida toda’ do INSS

O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou nesta sexta-feira, 27, a sessão em plenário virtual que…

4 horas ago