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Geração de empregos nos EUA agita os pregões

(Foto: Shutterstock)

A sexta-feira (4), véspera de um feriado prolongado, promete ser um dia de fortes emoções na Bolsa. Na segunda-feira (7), os pregões não funcionam no Brasil (dia da Independência) nem nos Estados Unidos (Labor Day, o Dia do Trabalho). Isso eleva a tendência de os investidores zerarem suas posições, para não ficar três dias sem poder fazer negócios enquanto o mundo acontece. E surpresas podem ocorrer.

Para hoje, a grande questão é qual será a interpretação dos investidores com relação à criação de empregos em agosto. Foram abertas 1,4 milhão de vagas no mês passado, após a abertura de 1,783 milhão de vagas em julho. O payroll, que equivale ao índice de desemprego no Brasil, voltou a ganhar importância para a medição da temperatura da economia americana. Nos últimos dias os dados têm sido conflitantes. Na quarta-feira (2) a notícia foi ruim. A economia americana criou 428 mil empregos no setor privado e não agrícola em agosto. O resultado veio bem abaixo dos prognósticos, que eram da criação de 950 mil a um milhão de empregos. Os dados são da ADP, empresa que processa as folhas de pagamento de milhões de empresas americanas.

Na quinta-feira (3), o número de pedidos iniciais de seguro desemprego (jobless claims) da última semana de agosto foi positivo. Indicou 881 mil pedidos, queda de 130 mil pedidos ante o 1,011 milhão da semana anterior. No entanto, o fato de o Departamento do Trabalho americano ter colocado uma nova metodologia em prática torna essa informação menos assertiva. Agora, a criação de empregos em linha com as expectativas coloca esse indicador exatamente no meio do caminho, sem pressionar nenhum dos dois lados da balança.

Isso turbina a volatilidade do mercado. Na quinta-feira (3), sem um motivo definido, os investidores decidiram realizar os lucros das ações americanas de tecnologia dos últimos meses. Ontem, a queda do setor fez com que as ações da Apple recuassem 8%, da Microsoft, mais de 6%, e da Alphabet, mais de 5%. Assim como os preços vinham subindo nas últimas semanas sem fundamentos fortes que justificassem a alta, eles caíram e derrubaram os papéis de outros setores e índices de outros países. O Brasil não ficou de fora: o Ibovespa recuou 1,2% na quinta-feira, e fechou pouco acima do nível psicológico dos 100 mil pontos.

No cenário interno, a esperada chegada do projeto de reforma administrativa ao Congresso poderia garantir um alívio para o cenário político. No entanto, as propostas ficaram aquém das expectativas, e ainda vão depender de muita negociação política, algo que ficou mais difícil com a ruptura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com o Ministro da Economia, Paulo Guedes.

A reação inicial aos números do desemprego americano em agosto foi positiva, com os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 migrando para o terreno positivo. No entanto, o cenário promete ser de forte volatilidade.

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