Categories: Economia

Cacique Raoni recebe alta após internação por covid-19

Líder do povo Kayapó, o cacique Raoni, com idade estimada de 89 anos, recebeu alta hospitalar nesta sexta-feira, 4, após internação por covid-19. “Com imensa alegria, comunicamos a alta hospitalar do Cacique Raoni. Agradecemos imensamente a todos pelas mensagens de carinho e pensamentos positivos. O cacique Raoni venceu a covid-19”, informou o Instituto Raoni em seu perfil do Facebook.

Na última sexta-feira, 28, o cacique foi internado no Hospital Dois Pinheiros, em Sinop, a cerca de 470 km de Cuiabá (MT), depois de ser avaliado com diagnóstico de pneumonia pela equipe médica de sua aldeia, localizada no Parque Indígena do Xingu.

Inicialmente, ele passou por exames laboratoriais e de imagem que indicaram covid-19, já na fase inflamatória da doença. Raoni foi tratado com anticoagulantes, antibióticos, corticoides e fisioterapia respiratória, segundo boletins médicos. Exames laboratoriais divulgados na quinta-feira, 3, indicaram evolução no quadro clínico.

No mês passado, o líder da etnia Kaiapó também necessitou de cuidado hospitalar. Ele foi internado com anemia severa e hemorragia digestiva após apresentar sintomas de desidratação, úlceras gástricas e inflamação no cólon. Em junho, Raoni perdeu a mulher, Bekwyjkà Metuktire, e, desde então, passou a apresentar um quadro depressivo.

Raoni é a maior liderança indígena no País

Reconhecido internacionalmente por lutar pelos povos indígenas, o cacique Raoni ganhou notoriedade no fim da década de 1980. Em 1989, ele conheceu o músico britânico Sting, que também passou a se engajar na causa ecológica e na luta pela demarcação das terras indígenas no Xingu. A parceria levou à criação da entidade Rainforest Foundation, que atua na proteção da floresta e de seus povos tradicionais. Em 2019, Raoni foi indicado ao prêmio Nobel da Paz.

Em setembro do ano passado, o líder do povo Kayapó se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em Brasília, para falar sobre os direitos dos indígenas. Um dia antes desse encontro, o cacique havia sido criticado pelo presidente Jair Bolsonaro. “Acabou o monopólio do senhor Raoni”, falou, ao citar Ysani Kalapalo, liderança indígena que viajou com Bolsonaro aos Estados Unidos para o discurso na Assembleia-Geral da ONU.

O cacique, em entrevista ao Estado em junho de 2019, também fez duras críticas à maneira como o governo Bolsonaro tem conduzido as políticas indigenistas. “Queremos dialogar com o governo, mostrar a ele que nós, indígenas, não aceitamos o que Bolsonaro pensa sobre nós, não aceitamos a violação dos direitos indígenas e dos territórios indígenas. Essa gestão é contra o povo indígena”, falou. Raoni já tentou se reunir com o presidente, mas teve o seu pedido de encontro negado.

Por Marcela Coelho

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Incorporadora Melnick começa a retomar atividades no RS, mas futuro é incerto

A Melnick, uma das maiores empresas do mercado imobiliário do Rio Grande do Sul, começou…

12 minutos ago

Biden defende tarifas para proteger empregos, e diz esperar resposta mínima da China

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta terça-feira, 14, que a China está…

30 minutos ago

Ministério do Comércio chinês critica novas tarifas dos EUA e alerta sobre impactos bilaterais

O Ministério do Comércio da China criticou as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos e…

1 hora ago

Petrobras mostra otimismo com produção, em linha com planejamento da empresa

O diretor de Produção e Exploração da Petrobras, Joelson Mendes, reiterou nesta terça-feira, 14, que…

2 horas ago

STF nega recurso de empregados de Furnas contra decisão que liberou AGE da Eletrobras

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por unanimidade, um recurso da Associação…

4 horas ago

Se necessário, Conab comprará feijão para formação de estoques, diz diretor

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) avalia ações para aquisição de feijão e posterior formação…

4 horas ago