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Recuperação da economia demorará, diz presidente da distrital de Creveland do Fed

A presidente da distrital de Cleveland do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Loretta Mester, projeta que, ao final do ano, a taxa de desemprego estará abaixo, mas próximo de 10%, enquanto a inflação estará longe da meta de 2%. “A recuperação vai demorar algum tempo porque a pandemia foi um choque significativo na economia”, afirmou, durante seminário virtual.

No discurso, a dirigente destacou que, se o vírus for controlado e as pessoas se sentirem confortáveis para retomar atividades sociais, a retomada irá passar para uma fase mais sustentável. Entre os setores em destaque na fase de recuperação, Mester citou o mercado imobiliário residencial.

A líder do Fed de Cleveland salientou que o desemprego está recuando rapidamente, por conta do fim de demissões temporárias. “Mesmo setores como viagens, lazer e hotelaria tiveram alguma melhora, embora esses setores devam permanecer fracos por algum tempo”, disse, acrescentando que pequenas empresas foram afetadas pela crise de forma desproporcional.

Enquanto a recuperação não ocorre, Mester defende a importância das políticas monetária e fiscal. No caso do Fed, a dirigente explicou que o BC americano se comprometeu a manter a taxa de juros na faixa atual (entre 0% e 0,25%) até que a “economia tenha superado eventos recentes”. Além disso, na avaliação dela, a compra de ativos apoia o funcionamento do mercado e a acomodação monetária.

Estratégia

A presidente da distrital de Cleveland do Federal Reserve comentou a mudança na estratégia de longo prazo da autoridade monetária, anunciada na semana passada. Durante o seminário virtual, a dirigente explicou que a nova linguagem deixa claro que a meta de 2% não deve ser interpretada como um teto.

“Agora estamos claros que, depois de períodos em que inflação estiver persistentemente abaixo de 2%, não apenas toleraremos choques fortuitos que movam a inflação para acima de 2%, mas que provavelmente definiremos políticas com a intenção de mover a inflação moderadamente acima de 2% por algum tempo”, destacou.

Para Mester, que tem direito a voto nas reuniões de política monetária deste ano, a nova orientação ajudará a ancorar as expectativas para os preços. Mesmo assim, em médio prazo, ela acredita que a inflação permanecerá abaixo de 2%, particularmente até o fim deste ano.

Por André Marinho

Estadão Conteúdo

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