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Perspectiva é de crescimento superior a 4% do PIB em 2021, diz presidente do BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 2, que, apesar da retração de 9,7% do PIB no segundo trimestre do ano, o resultado da economia brasileira no 3º trimestre será melhor. “Estamos vendo a economia recuperar, os dados mais recentes – das últimas cinco semanas – mostram que estamos começando essa recuperação. Apesar da queda de 9,7% do PIB, a agricultura continuou tendo resultados positivo, e nunca parou. Os serviços ficaram um pouco piores do que esperávamos, e a indústria veio dentro das expectativas”, afirmou, em participação no evento virtual “Emerging & Frontier Forum 2020”, organizado pela Bloomberg.

Para 2021, Campos Neto repetiu que a expectativa é de um crescimento do PIB superior ao projetado. Ele ressaltou, porém, que o desempenho no próximo ano depende também do cenário externo. “Previmos uma redução do PIB em torno de 5% neste ano e uma recuperação superior a 4% em 2021”, disse.

O presidente do BC afirmou ainda que na instituição há um grupo que reduziu a estimativa em 2020 e aumentou em 2021. “E temos outro grupo que projeta uma recuperação forte”, disse.

Crescimento sustentável

Campos Neto defendeu que recuperação da economia tem que ser inclusiva e sustentável em todos os lugares do mundo. “Vemos muitos países falando na criação de novos programas de renda, em investimentos sustentáveis do ponto de vista do meio ambiente, e em fomento ao desenvolvimento de novas tecnologias”, afirmou.

No caso do Brasil, Campos Neto destacou a importância da inclusão na retomada, já que a pandemia afetou a renda dos mais pobres. “Também precisamos mostrar ao mundo que estamos comprometidos com a sustentabilidade”, completou.

No cenário pós-pandemia, acrescentou o presidente do BC, será preciso definir qual serão papel do Brasil no novo comércio global. “As pessoas precisam comer, e nossa agricultura continua crescendo. A agricultura coloca o Brasil em diferente posição em relação a outros emergentes”, concluiu.

Por Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro

Estadão Conteúdo

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