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É preciso auxiliar pessoas, mas há limitações fiscais, diz presidente do BC

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu nesta quarta-feira, 2, a necessidade de manter a credibilidade fiscal, sob o risco de aumento dos juros e da inflação. “Sabemos que temos cerca de 20 milhões de pessoas que precisam ser cuidadas, mas temos limitações fiscais. O programa do auxílio emergencial foi mais do que uma transferência de renda, também houve a digitalização dessa pessoas que eram invisíveis para o governo antes do benefício”, afirmou, em participação no evento virtual “Emerging & Frontier Forum 2020”, organizado pela Bloomberg.

Campos Neto citou o conjunto de medidas tomadas pelo governo desde o começo da pandemia de covid-19, com destaque para o auxílio emergencial e as ações no mercado de crédito. “Brasil fez o que podia, um programa enorme, maior que outros países emergentes e até mesmo que algumas economias avançadas”, reiterou.

O presidente do BC repetiu que a política monetária é passageira da política fiscal, que é a condutora. “Todo mundo entendeu a nossa limitação fiscal”, completou.

Para Campos Neto, uma eventual segunda onda de contágio de covid-19 e a incertezas sobre a criação de uma vacina eficaz são os principais riscos à recuperação das economias globais. “Muitos economistas têm citado o risco de medo de consumir, relacionado à evolução da própria pandemia”, reafirmou.

Eficiência do lockdown

O presidente do Banco Central repetiu que as medidas de lockdown e distanciamento social têm um custo que precisa ser medido em relação à eficiência dessa medidas. “Na medida em que o tempo avança, a eficiência das medidas de lockdown é reduzida, mas os efeitos econômicos permanecem. Quando as restrições são retiradas, pessoas têm mais mobilidade, mas não chegam a voltar à atividade normal”, afirmou.

Segundo Campos Neto, a eficiência das medidas de lockdown tem sido cada vez menor no Brasil e em outros países emergentes. “Mas não faz parte do nosso mandato avaliar o lockdown”, completou.

Por Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro

Estadão Conteúdo

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