Categories: Economia

Queda de 5,9% no PIB do 1º semestre foi recorde na série iniciada em 1996

A lista de recordes negativos no desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta terça-feira, 1º de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), inclui ainda a retração de 5,9% no acumulado do primeiro semestre, na comparação com a primeira metade de 2019. Segundo os dados do IBGE, é a maior queda para um semestre da atual série histórica, iniciada em 1996.

Tanto a queda de 9,7% do primeiro trimestre de 2020 frente ao primeiro trimestre do mesmo ano quanto a retração de 11,4% em relação ao segundo trimestre de 2019 foram também as maiores da série.

Com a queda, o PIB do segundo trimestre ficou em nível equivalente ao visto no segundo semestre de 2009 e está 15,1% abaixo do pico, registrado no primeiro trimestre de 2014, antes de a economia entrar na recessão anterior à atual.

Além de pior desempenho na atual série histórica do IBGE, o tombo do PIB no segundo trimestre ante os três primeiros meses do ano é também a maior queda para um trimestre desde 1980, conforme cálculos dos pesquisadores do Monitor do PIB, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).

Numa série recalculada desde 1980, quando começaram a ser calculados dados trimestrais para o PIB, o pior resultado anterior estava com o quarto trimestre de 1990, quando a queda foi de 4,4% ante o terceiro trimestre daquele ano – os dados foram estimados antes da divulgação das informações desta terça-feira, 1º, sobre o PIB, ou seja, podem ser alterados por revisões na série com ajuste sazonal.

Os dados do PIB do primeiro semestre também sinalizam para o pior resultado anual da história documentada. Na série anual mais antiga, referenciada em estudos acadêmicos e compilada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que começa em 1901, o pior desempenho até aqui havia sido registrado em 1990, ano do confisco das poupanças pelo governo Fernando Collor, quando o PIB despencou 4,3%.

Mesmo na Grande Depressão, as retrações foram estimadas em 2,1% (1930) e 3,3% (1931). Na recessão de 2014-2016, houve retrações anuais de 3,5% (2015) e 3,3% (2016).

Por Daniela Amorim e Vinicius Neder

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

13 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

13 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

15 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

17 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

17 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

18 horas ago