O Pátria Investimentos acaba de concluir a captação de um fundo de infraestrutura – o quarto da gestora de recursos – no valor de R$ 10 bilhões. Trata-se do maior volume já captado por um produto dessa natureza em toda a América Latina, segundo o ranking de fundos latino-americanos da PEI – Infrastructure Investor.
Boa parte dos recursos veio do mercado internacional, que continua acreditando no potencial da infraestrutura brasileira. Mas a participação do investidor local surpreendeu e alcançou uma parcela de 25% do valor total captado (ou seja, cerca de R$ 2,5 bilhões). Nas outras três carteiras do Pátria, voltadas para o setor, esse porcentual não passava de 13%.
“Esse fundo mostrou uma tendência de mudança estrutural dos investidores locais, que seguem as condições macroeconômicas do País, especialmente com a redução sustentada das taxas de juros e da maturidade desse segmento na busca por melhores retornos em seus portfólios de investimento”, diz Felipe Pinto, sócio do Pátria.
Segundo ele, entre 30% e 40% do montante foi captado em meio à pandemia, o que demonstra o apetite e a confiança do investidor na qualidade da carteira, com boa rentabilidade, respeito aos temas ambientais, bons projetos e compliance adequado. “Os investidores precisam fazer a alocação de seus recursos e buscam gestores que fazem isso de forma eficiente”, diz Felipe Pinto, destacando que a régua e as exigências subiram.
O sócio do Pátria afirma que 40% do fundo está comprometido com investimentos já anunciados, como a plataforma de energia renovável Essentia, que recebeu US$ 320 milhões; a plataforma focada em soluções de infraestrutura de dados wireless, US$ 200 milhões; e a concessão do corredor rodoviário Piracicaba-Panorama (SP), conhecido por “Pipa”, que vai exigir investimentos de R$ 14 bilhões ao longo de 30 anos.
Com o Fundo de Infraestrutura IV, o Pátria soma R$ 17 bilhões captados para o setor. A gestora começou a investir nesse segmento em 2006, com um fundo de R$ 200 milhões. Esse dinheiro foi aplicado em projetos de energia renovável. Na sequência, em 2010, a empresa captou R$ 1,9 bilhão e começou a entrar no setor de logística, com investimentos em portos.
O fundo III surgiu em 2014 e elevou o volume de investimentos para R$ 5,3 bilhões. Com esse dinheiro, a empresa arrematou a concessão rodoviária Entrevias (SP), em 2017, e comprou a Concessionária Auto Raposo Tavares (CART) da Invepar, no fim do ano passado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Renée Pereira
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