Pela primeira vez em uma crise, os bancos brasileiros enfrentaram, no geral, um cenário positivo no que tange a captação de recursos (funding) e liquidez, disse o diretor da Fitch, Jean Lopes, em webinar organizado pela agência de classificação de riscos.
“Essa é a primeira crise em que funding não foi uma preocupação. Teve a participação do Banco Central, com as Letras Financeiras Garantidas, e as novas DPGEs, mas entendemos que houve uma lição de casa bem feita”, comentou Lopes.
Ele lembrou que hoje existe uma pulverização de funding por parte ds bancos, que possuem hoje suas próprias plataformas, incluindo os médios. Além disse, a crise levou investidores para um movimento de migração chamado de “flight to quality”, o que também ajudou na hora do funding do setor bancário.
Claudio Gallina, diretor sênior de instituições financeiras da Fitch, disse que os bancos aumentaram na pandemia o crédito cedido às grandes empresas, com a busca das companhias por caixa, principalmente no início da crise.
Gallina disse que ainda não se sabe a dimensão dos impactos da crise, porque para isso seria necessário se dimensionar a sua duração, por exemplo. Ele disse que, mesmo que em níveis diferentes, os bancos provisionaram, mas ainda não da para se saber se será suficiente. “O primeiro trimestre de 2021 será mais revelador”, disse.
Por Fernanda Guimarães
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