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B2W (BTOW3) acirra disputa no marketplace

A B2W (BTOW3), braço digital da Lojas Americanas e que opera os portais Submarino, Americanas.com e Shoptime, anunciou, em um evento online realizado na última sexta-feira (28), que não irá cobrar de alguns parceiros que vendem através da sua plataforma (marketplace) pelos serviços prestados durante a Black Friday, em novembro.

A isenção será concedida para os clientes (outros varejistas) que já utilizam o pacote completo de serviços da B2W, chamado pela companhia de “fullfilment”. Dessa forma, a expectativa é que cerca de mil lojistas sejam contemplados por esta política de desconto, o que representa pouco mais de 1% do total de vendedores que utilizam suas plataformas de vendas.

Ademais, a companhia anunciou que irá zerar as taxas de comissão sobre entregas até o final de 2020.

As grandes varejistas têm destinado boa parte dos seus investimentos (Capex) para a área de logística, em um processo de verticalização. Além de maior controle sobre a jornada dos produtos vendidos e sobre a experiência do cliente, a melhor estrutura logística amplia a gama de serviços oferecidas aos parceiros varejistas, que podem contar com a entrega dos produtos vendidos de força direta e facilitada.

A notícia é positiva para os acionistas da B2W (BTOW3), pois demonstra a preocupação da companhia em manter uma relação comercial de longo prazo com seus principais parceiros, além de sinalizar que está preparando o terreno para a Black Friday – evento mais importante para o varejo digital no ano.

Contudo, analistas acreditam que o impacto positivo no preço das ações já fez preço na sexta-feira (28).

Uma das tendências que veio à tona nos últimos anos e que está presente nas operações das grandes varejistas é o marketplace. Nele o seu cliente é, na essência, outros varejistas que utilizam seus canais para alavancar o volume de vendas.

No último trimestre, aproximadamente 21% das vendas brutas totais (GMV) do Magazine Luiza foi proveniente do marketplace, enquanto na Via Varejo o número foi de 12% e de 61% para a B2W.

A dona do marketplace (B2W, Magazine Luiza, Via Varejo, Mercado Livre) fica com uma comissão sobre a venda de aproximadamente 10%, mas que pode ser maior caso o lojista utilize as soluções logísticas para a entrega dos produtos.

Esta fonte de receita é vista com bons olhos pelas companhias, visto que o custo destas operações é praticamente todo variável e com margens elevadas. Contudo, a concorrência no setor pode resultar em uma redução das comissões no médio prazo e achatar as margens obtidas recentemente.

Uma outra tendência no setor é o investimento em logística, ponto central nas teses de investimento no varejo digital e que é parte da justificava de classificá-las enquanto empresas de tecnologia. As companhias vêm investindo em inteligência logística para melhorar a experiência dos seus clientes, sejam Pessoa Física (1P) sejam parceiros (3P).

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