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Havan prepara oferta de R$ 10 bi, mas pode esbarrar em governança

A varejista Havan, do empresário Luciano Hang, conhecido pelo apoio incondicional ao presidente Jair Bolsonaro, é mais uma empresa na fila para abrir capital na B3, a Bolsa de São Paulo, em uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) esperada para chegar em R$ 10 bilhões, conforme fontes.

Se a oferta for precificada nesse valor, a empresa será avaliada em R$ 100 bilhões, acima de grande parte das empresas listadas na B3. Ela ficaria abaixo do valor de mercado da varejista mais “queridinha” do mercado, o Magazine Luiza, que vale atualmente R$ 150 bilhões na Bolsa. O documento da Havan ainda não formaliza esses números.

O prospecto preliminar da oferta traz uma carta de Hang aos potenciais investidores. “Eu sou o Luciano Hang, um homem de origem simples, com um começo de história comum a muitos brasileiros. Disléxico, tive muitas dificuldades e só consegui ler aos 12 anos, mas posso dizer que essa limitação só me fez mais criativo. Foi com esta mesma idade que eu decidi montar uma cantina na escola com um amigo, vendíamos bolachas! Com o tempo, as vendas cresceram tanto que a distribuidora dos doces passou a fazer entregas em uma Kombi”, diz a carta.

“Eu sempre acreditei na Havan e continuo apostando neste grande time, ficamos muito felizes em levar nossa empresa ao acesso de novos acionistas”, conclui.

Hang será, conforme o documento, vendedor na oferta. Os recursos serão utilizados para os investimentos para expansão de lojas e do centro de distribuição, tecnologia e reforço no capital de giro. A varejista nasceu em Santa Catarina e hoje tem 147 lojas físicas – muitas delas têm como “marca” uma réplica da Estátua da Liberdade na fachada.

No primeiro semestre do ano, a Havan registrou prejuízo líquido de R$ 127,5 milhões ante um lucro líquido de R$ 193,9 milhões no mesmo intervalo do ano anterior.

“O plano de expansão da Havan é arrojado, e continuamos firmes no nosso desafiador projeto de termos 200 megalojas operando até o final de 2022”, diz o documento dirigidos a investidores.

São coordenadores da oferta Itaú BBA, XP, BTG Pactual, Morgan Stanley, Bank of America, Bradesco BBI, Santander e Safra.

Hoje já são cerca de 40 empresas com pedido de registro feito na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em uma corrida para abertura de capital que deverá superar, em volume de emissão, 2007. A previsão é que em 2020 o volume chegue a R$ 120 bilhões, novo recorde anual. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Fernanda Guimarães

Estadão Conteúdo

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