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Vivara (VIVA3) apresenta prejuízo de R$ 1,7 milhão no segundo trimestre

A Vivara (VIVA3) divulgou nesta quarta-feira (27) após o fechamento do mercado seus números referentes ao 2T20. O resultado veio fraco, porém, em linha com o esperado pelos analistas, com forte impacto do coronavírus que fechou as lojas da Vivara, o que levou à piora nas linhas mais importantes do seu resultado em termos de vendas.

O destaque positivo foi a boa evolução dos números apresentados no comércio eletrônico com a expansão significativa da receita digital que atingiu 63,9% das vendas de produtos, totalizando R$ 108,4 milhões, um crescimento de 387%.

Outro ponto positivo foi o controle das despesas operacionais que impediu que o resultado fosse mais penalizado pelo impacto do fechamento das lojas, com redução de quase 35% quando comparado com o mesmo trimestre de 2019.

O destaque negativo ficou com a forte redução na receita de produtos vendidos de 54,6% e o resultado líquido, que foi um prejuízo de R$ 1,7 milhão, revertendo o lucro ajustado de R$ 40,77 milhões do 2T19.

O resultado da Vivara veio em linha com as expectativas, pelo menos em números, e analistas esperam impacto positivo no preço das ações (VIVA3) no curto prazo, pois acreditam que o pior momento da empresa ficou para trás.

O destaque do resultado foi a agilidade na gestão da companhia em adaptar e evoluir seu modelo de negócio para ser mais digital, tanto nas vendas como na operação. Iniciativas como integração via Whatsapp e Chat Bots com canais de venda e vendedores diretos (Joias em Ação), vendas online com retirada Drive Thru e melhora no serviço de delivery, permitiram a retomada rápida de vendas no último mês do trimestre e otimização de despesas.

Na avaliação de analistas, a Vivara não será um negócio digital, porém, a tecnologia e as suas vendas online serão importantes para a empresa no longo prazo. E é essa velocidade e mudança de mentalidade que deve pesar na avaliação dos investidores nas ações da companhia.

No ano as ações da Vivara (VIVA3) recuam 21,60% e o Ibovespa tem perdas de 12,99%.

O resultado foi fortemente impactado pelo fechamento das lojas físicas da Vivara, lembrando que boa parte do sortimento de lojas da companhia está dentro de shopping centers. Porém se podemos tirar um ponto positivo de toda essa situação, a companhia aproveitou esse momento para acelerar sua transformação digital que não era prioridade quando a companhia captou recursos para o IPO, no trimestre o investimento em Tecnologia teve crescimento de 15%.

A receita líquida totalizou R$ 137 milhões, número 54,6% inferior ao do primeiro período do ano passado. A Margem Bruta foi 4,6 pontos percentuais superior ao mesmo trimestre de 2019, chegando a 67,5%, resultado da boa aderência dos produtos da companhia com um bom mix de produtos.

Vale o destaque para o ótimo controle de estoques, advindo da implantação acelerada do sistema integrado com 18 pontos de operação, reduzindo a parcela de custo de fábrica e de insumos de maneira substancial, sem afetar a disponibilidade de produtos.

As despesas operacionais apresentaram forte redução de 34,9% com a renegociação do aluguel de lojas, adoção de medidas de suspensão de contratos de trabalho e redução de jornada. De acordo com analistas, é preciso acompanhar esse número nos próximos resultados para entender como será a evolução, e se essa redução foi apenas temporária ou se a empresa aproveitou para ganhar eficiência.

A companhia teve uma boa geração de Caixa Operacional no trimestre, totalizando R$ 111 milhões, essa geração foi possível graças a políticas de otimização no giro do estoque e no contas a receber. A Geração de Caixa livre também foi boa totalizando R$ 98,91 milhões com o Capex sendo o único redutor do resultado operacional.

A companhia encerrou junho com uma dívida bruta de R$ 320 milhões, um aumento de 7,2% em relação ao mesmo trimestre de 2019. A companhia tem em caixa R$ 584,6 milhões, a posição de liquidez e alavancagem da companhia é bastante favorável.

Um ponto destacado por analistas diz respeito ao principal insumo que a companhia utilizada na sua produção de joias, o ouro. A companhia está tomando medidas para reduzir a necessidade de velocidade do repasse do aumento dos preços do ouro para seus produtos, isso com uma política de reprocessamento de peças brutas em estoque, otimizando a sua composição, confeccionando produtos mais leves, com quantidade menor do metal e aderentes à demanda. Com essas medidas e uma otimização dos processos de produção a companhia consegue passar os reajustes de preço de maneira suave para seus produtos.

Os catalisadores da Vivara são, além dos fatores macroeconômicos (renda, crédito e desemprego): i) expansão e aperfeiçoamento de seu braço digital; ii) expansão de lojas, mesmo que em menor quantidade do que era esperado e; iii) manutenção das margens devido ao encarecimento relevante dos insumos utilizados na produção.

Redação Mercado News

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