Todos os anos, o presidente e os 12 governadores regionais do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) se reúnem em Jackson Hole, uma pequena estação de esqui em uma cidade do estado do Wyoming. A reunião ocorre sempre no verão no Hemisfério Norte e a intenção é mostrar para o mundo qual cenário econômico é visto pelo BC americano. O encontro deste ano começou na quarta-feira (26) e vai se encerrar nesta quinta-feira (27), com uma apresentação de Jerome Powell, presidente do Fed.
Após mais de um ano de discussões internas e seminários públicos, Powell vai apresentar uma nova estratégia de combate à inflação pelo BC americano. E as repercussões disso deverão se espalhar por todos os mercados ao redor do mundo.
Apesar de parecer muito técnica, a questão é simples de entender. Como no Brasil, o banco central americano segue um regime de metas de inflação. Se os preços sobem demais, o Fed eleva os juros para esfriar a atividade econômica e baixar a inflação. Se os preços caem, ou sobem menos do que o previsto, o Fed reduz os juros para estimular a economia e fazer as coisas voltarem à normalidade.
Nos últimos tempos, a pandemia do coronavírus tem feito a inflação americana ficar baixa demais. O índice de preços ao consumidor está em 1% ao ano, bem abaixo da meta, que é de 2% ao ano. Porém, os juros referenciais nos Estados Unidos já estão perto de zero, e deverão permanecer nesse patamar por muito tempo – fala-se em cinco anos de juros praticamente nulos. Se mesmo assim os preços não subirem, será tanto um sinal negativo para a economia como um problema para Powell e seus sucessores.
O sinal será negativo porque deflações (ou seja, quedas sistemáticas de preços) indicam uma economia se movendo devagar e um padrão de consumo em queda. E será um problema porque, com juros zero, não restarão ao Fed muitas ferramentas para estimular a economia. Daí a importância da fala de Powell, que deverá anunciar algumas mudanças estratégicas.
Uma das mudanças esperadas é a adoção de uma média de inflação. Por exemplo, a meta é de 2% ao ano. Atualmente, a inflação está em 1%. Se os preços começarem a subir, o Fed deveria iniciar um aumento dos juros quando os índices superarem 2 por cento. No entanto, pela nova estrutura, espera-se que o Fed aguarde a inflação chegar a 3% antes de agir. Em vez de olhar apenas o dado pontual, o BC americano vai analisar a média no decorrer do tempo, para não ter de agir cedo demais e interromper a recuperação econômica em seus primeiros momentos.
Indicadores
O número de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos na semana encerrada em 22 de agosto foi de 1,006 milhão, queda de 98 mil pedidos em relação ao número revisado da semana anterior.
Apesar de parecer um mero detalhe técnico, a mudança na estratégia do Federal Reserve de combate à inflação vai mudar muito a gestão das expectativas dos investidores. Indicadores de preços e de atividade econômica americanos (como os pedidos de seguro-desemprego divulgados nesta manhã) são olhados com lupa, na tentativa de antecipar as decisões do Fed. Com o novo modelo, isso vai mudar. E as mudanças são positivas no longo prazo, pois permitem esperar mais eficiência no combate à desaceleração econômica.
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