O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 4,1 pontos em agosto e atingiu os 87,8, de 83,7 em julho, segundo informou nesta quarta-feira, 26, a Fundação Getulio Vargas (FGV). É a quarta alta mensal consecutiva do indicador, que já recuperou 82% das perdas registradas entre março e abril de 2020.
O saldo positivo do índice foi puxado principalmente pela melhora na avaliação dos empresários do setor acerca do momento corrente. O Índice de Situação Atual (ISA) cresceu 5,8 pontos, para 81,8 – apenas 5,88% abaixo dos 86,7 de fevereiro. Nas aberturas, houve acréscimos de 6,8 pontos no indicador de situação atual dos negócios (84,0) e de 4,9 pontos no indicador de carteira de contratos (79,8).
Também foi registrada melhora no Índice de Expectativas (IE) dos empresários da construção. O indicador subiu 2,4 pontos, para 94,1, e já recuperou 87,5% das perdas registradas em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Houve melhora nas duas aberturas do IE: o indicador de demanda prevista avançou 1,9 ponto, para 94, e o indicador de tendência dos negócios subiu 2,7 pontos, para 94,1.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da construção avançou 3,6 pontos porcentuais, para 73,5%. A maior contribuição de alta partiu do Nuci de mão de obra, com alta de 3,8 pontos porcentuais, para 75,2%. O Nuci de máquinas e equipamentos avançou 2,6 pontos porcentuais, para 64,5%.
“Mesmo com a retomada a um cenário anterior de atividades, o ciclo produtivo foi afetado, uma vez que durante a pandemia muitos negócios foram adiados ou cancelados. Para 35,6% das empresas, os negócios continuam fracos, contra 29% em fevereiro, o que significa que a retomada está sendo mais difícil para algumas empresas”, pondera, em nota, a coordenadora de Projetos da Construção da FGV, Ana Maria Castelo.
No material de divulgação do ICST, a FGV chama atenção para a melhora da percepção do setor de construção acerca da demanda. De acordo com o indicador, em agosto apenas 44,4% dos empresários citaram a “demanda insuficiente” como um fator de limitação aos negócios, contra 60,3% em abril. É o menor porcentual desde fevereiro de 2015 (44,1%).
Na outra ponta, o fator “escassez de material e/ou equipamentos” foi citado por 7,8% dos entrevistados, o maior porcentual desde setembro de 2010 (9,8%). “É provável que essa dificuldade esteja relacionada ao aumento expressivo da demanda de materiais por parte das famílias”, disse, na nota, Ana Maria Castelo.
Por Cícero Cotrim
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