A Rumo acaba de levantar R$ 6,4 bilhões em sua oferta de ações (follow-on), posicionando a maior operadora ferroviária do País para acelerar o investimento em novos projetos e pré pagar concessões.
A oferta saiu a R$ 21,75 por ação, 2,9% abaixo do último preço de fechamento (R$ 22,41) antes do anúncio da transação.
Com alavancagem controlada (2,1 vezes dívida líquida/Ebitda), a oferta primária vem em um momento que a companhia se depara com uma sequência de grandes projetos e, por isso, esperamos por um impacto positivo nas ações de Rumo (RAIL3) no médio prazo.
No entanto, para o pregão desta terça-feira (25), ocorre uma reação negativa nos papéis RAIL3 já que o preço da oferta foi definido 3% inferior ao último fechamento. Desta forma, normalmente o mercado corrige o preço da ação ao preço definido no follow-on.
Porém, no médio prazo, mais do que deixar a Rumo pronta para novas licitações do Governo Federal, a oferta poderia trazer uma economia de quase R$ 3 bilhões com o pré-pagamento da renovação da concessão da Malha Paulista cuja dívida corre a uma significativa taxa de IPCA mais 11%.
No início de julho, o grupo Cosan (CSAN3), controlador da Rumo, anunciou um processo de simplificação societária, abrindo caminho para operar como uma única holding e com as suas controladas listadas em bolsa.
A união abre espaço para uma sucessão de eventos positivos como um futuro re-rating das ações da Cosan (CSAN3) por simplificação de estrutura societária, melhora de governança, mais liquidez, o que aumentaria o peso no índice e o investimento por parte de fundos passivos que replicam o Ibovespa.
Além da simplificação societária e a grande vitória recente com a renovação antecipada da Malha Paulista, o próximo grande catalisador para as ações da Rumo (RAIL3) é o projeto de extensão do Lucas do Rio Verde (ex-Sorriso). Além do pré-pagamento de outorgas, os recursos levantados também devem ser destinados para este projeto.
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