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Lojas Marisa (AMAR3) registra prejuízo líquido de R$ 171,7 milhões no segundo trimestre

(Foto: Divulgação)

A Marisa (AMAR3) apresentou nesta segunda-feira (24), após o fechamento do mercado, os seus resultados do 2T20. Os números vieram fracos e abaixo do esperado, com impacto da Covid-19 e o consequente fechamento das suas lojas físicas afetando de maneira relevante o seu resultado, com forte queda na receita líquida.

O número que mais chamou a atenção do ponto de vista negativo foi a receita bruta do varejo, cujo total foi de R$ 200,3 milhões, uma queda de 72,4% na comparação com o mesmo período de 2019. Considerando a receita bruta total do período (incluindo a receita de produtos e serviços financeiros), o número foi de R$ 331 milhões, queda de 62,6%.

Já o destaque positivo foi na parte de redução das despesas operacionais. O total pró-forma no período (que leva em consideração as regras contábeis anteriores ao IFRS 16) foi de R$ 165 milhões, uma queda de 38,7% na comparação anual.

Contudo, apesar dos esforços nesta linha, analisando-a de forma vertical as despesas operacionais representaram 50% da receita líquida no período, enquanto no 2T19 elas representaram cerca de 30%.

Também houve destaque para o avanço no seu varejo eletrônico, com crescimento das vendas da plataforma digital de 113% e participação de 42% da receita total do trimestre.

O resultado da Marisa foi fraco e por conta disso analistas esperam impacto negativo no preço das suas ações AMAR3 no curto prazo. Vale notar que o impacto pode ser limitado pelo desempenho bastante negativo das ações em 2020.

No ano as ações da Marisa (AMAR3) recuam 40,9%, desempenho inferior ao da Lojas Renner (LREN3), referência no setor, que recua 25% e ao do Ibovespa, que registra uma queda de 11,5%.

A queda na receita demonstrou a grande dependência da companhia nas suas lojas físicas. No final de junho cerca de 69% da sua área de vendas estava aberta, enquanto em abril, período máximo de isolamento no Brasil, a companhia operou com apenas 11% da sua área de vendas. Em julho a companhia já contava com 85% das lojas abertas.

O indicador de Vendas Mesmas Lojas (SSS) considerando dias comparáveis apresentou queda de 36,2%, demonstrando que, apesar da reabertura das lojas, o movimento e as vendas ainda não estão no mesmo nível pré-Covid.

Nas operações digitais a Marisa ampliou sua participação nos principais marketplaces (Mercado Livre, Magazine Luiza, Lojas Americanas, Zattini, Netshoes, Shop Time e Submarino), adotou o social selling (vendas através de influencers digitais) e iniciou as operações interligadas entre os canais digitais e físicos (envio originado das lojas e retiradas nas lojas).

O varejo digital será um grande desafio para as grandes varejistas de moda no Brasil, especialmente aquelas voltadas ao público mais sensível a preço, como no caso da Marisa.

A companhia também registrou alguma perda relevante em termos de margem bruta, que foi de 31,1%, 14,4 pontos percentuais a menos que no 2T19. Além de não operar com toda a área de vendas e o movimento fraco, a companhia teve de adotar uma estratégia comercial mais agressiva (promoções), o que afetou diretamente na sua margem.

Por fim o seu Ebitda ajustado pró-forma (que leva em consideração as regras contábeis anteriores ao IFRS 16) foi negativo em R$ 125 milhões, revertendo o resultado positivo nesta linha de R$ 39 milhões no 2T19. O prejuízo líquido também piorou, passando de R$ 28 milhões para R$ 171,7 milhões neste trimestre.

Os principais catalisadores das ações da Marisa (AMAR3) são a reabertura integral da economia com a resolução definitiva da pandemia no Brasil e a recuperação da confiança do consumidor.

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