Nova opção de tratamento da Covid-19 anima investidores

A semana começou com uma onda de otimismo nos pregões ao redor do mundo. A justificativa foi uma notícia na área da saúde. O presidente americano, Donald Trump, anunciou que a Food and Drug Administration (FDA), órgão responsável pela regulamentação de medicamentos nos Estados Unidos, aprovou um tratamento para a Covid-19 que usa o plasma sanguíneo dos pacientes que se recuperaram.

Trump também anunciou que quer acelerar o desenvolvimento de uma vacina que está sendo desenvolvida na Inglaterra. Apesar de os anúncios terem intenção eleitoral, para aumentar a popularidade de Trump nas eleições marcadas para novembro, os investidores se animaram ao redor do mundo. Na Ásia, os índices de ações fecharam em alta de 1,74% em Hong Kong e com alta de 1,1% em Seul. No início da manhã, as ações subiam cerca de 2% em Londres e quase 2,5% em Frankfurt. E os contratos futuros de S&P 500 estavam em alta de quase 1%.

Não foi a única notícia positiva vinda de Washington. No domingo, circulou também a notícia de que o governo americano será menos rigoroso com as sanções e restrições a ser aplicadas em empresas chinesas de tecnologia. As decisões de Trump permitiram um alívio das tensões do mercado, com os investidores prestando mais atenção no desempenho das empresas do que nos vaivéns da política internacional, especialmente em tempos de retórica inflamada pelo calendário eleitoral.

Boletim Focus

A edição mais recente do Boletim Focus mostrou que a expectativa para o desempenho da economia brasileira em 2020 voltou a melhorar pela oitava semana consecutiva. A projeção mais recente é de uma retração de 5,46%, um número ainda negativo, mas melhor do que os 5,52% previstos na semana anterior.

Os prognósticos para a inflação medida pelo IPCA também subiram. A taxa esperada agora é de 1,71%, ante 1,67% do levantamento anterior. As estimativas para a taxa de câmbio e para a taxa referencial Selic permanecem inalteradas em R$ 5,20 e 2%, respectivamente.

Indicadores

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas subiu 1,4 ponto em agosto, para 80,2 pontos. O índice retornou ao nível de março desse ano quando a economia começou a ser impactada pela pandemia do novo coronavírus. Em médias móveis trimestrais, houve alta de 6,0 pontos. As expectativas avançaram pelo terceiro mês consecutivo, mas em um ritmo inferior ao dos avanços anteriores. O Índice da Situação Atual (ISA) subiu 0,5 ponto, para 71,5 pontos, nível baixo em termos históricos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) avançou 2,0 pontos, para 87,1 pontos, o melhor resultado desde fevereiro (93,2 pontos).

Além do índice de confiança dos consumidores, a FGV divulgou a inflação semanal. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) até 22 de agosto variou 0,51%, ficando 0,01 ponto percentual abaixo da divulgação anterior. A maior desaceleração ocorreu no grupo Transportes, cujos preços variaram 0,83%, abaixo do 1,02% da variação anterior.

Em mais um pregão em que o cenário internacional será prevalente, a alta das cotações no Exterior deve beneficiar os preços por aqui. Os contratos futuros de Ibovespa estão começando o dia com alta de quase 1%, acima de 102 mil pontos.