O Estadão deu início nesta quinta-feira, 20, à série multimídia Política que Marca, que mostra, por meio de podcasts, minidocumentários e infográficos, a história de prefeitos de São Paulo e de símbolos paulistanos que eles deixaram como legado. Realizado em parceria com a Rádio Eldorado e a TV Estadão, a série é dividida em sete episódios repletos de disputas políticas, lembranças afetivas, fatos históricos e curiosidades que fizeram de São Paulo a maior e mais importante cidade da América Latina.
O especial aborda temas como a evolução da democracia na metrópole, a concepção e construção dos grandes marcos da cidade e as decisões tomadas por algumas gestões.
O primeiro capítulo da série conta os bastidores da construção do Teatro Municipal de São Paulo, inaugurado em setembro de 1911. Uma época de transformações urbanas que permitiram à capital deixar de ser uma vila de taipa para se transformar em uma cidade de tijolos.
Como definiu o urbanista Valter Caldana, professor de Arquitetura do Mackenzie, o teatro é o expoente maior de uma fase de “embelezamento” pela qual São Paulo passou no início do século passado. E também de modernidade, a partir da iluminação elétrica, como disse Beatriz Piccolotto Bueno, docente de Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP).
“Você tem que imaginar que o Teatro Municipal seria o correspondente ao que foi a Torre Eiffel na Paris que inaugurou a iluminação elétrica. Ele foi, eu acho, o primeiro imóvel em São Paulo que teve projeto de iluminação. E isso devia ser absolutamente fascinante”, afirmou Beatriz.
Nessa época, quem estava à frente da Prefeitura era Antônio da Silva Prado, dono de estrada de ferro, escritório de exportação de café e banco. Um magnata que fez na época o caminho que foi traçado por parte da atual classe política: trocou a iniciativa privada pela vida pública. Ou melhor, não chegou a trocar, porque, no começo do século passado, não era preciso abrir mão de um posto privado para assumir um cargo público.
“É uma elite envolvida com a produção da cidade e Antônio Prado é o exemplo paradigmático disso. Vai ficar anos no mandato de prefeito e promover uma série de obras públicas de melhoramentos urbanos, no sentido de dar dignidade para a cidade”, disse a professora da USP.
O maestro João Carlos Martins é um dos entrevistados do primeiro episódio. Ele fala de sua relação com o teatro, as apresentações que fez no local e toca piano em frente ao Salão Nobre – as gravações foram realizadas antes da pandemia do novo coronavírus.
Símbolos
Além de Antônio Prado, que ficou 12 anos no cargo – um recorde -, e o Teatro Municipal, Política que Marca narra também a trajetória de outros seis prefeitos e respectivos marcos da cidade, como Washington Luís e o Vale do Anhangabaú, Francisco Prestes Maia e o Pacaembu e, ainda, Jânio Quadros e o Parque do Ibirapuera.
Representantes da Sexta República, Luiza Erundina, Marta Suplicy, José Serra, Gilberto Kassab, João Doria e o atual prefeito, Bruno Covas, relatam suas experiências em áudio e vídeo com esses endereços que são a cara de São Paulo.
O primeiro podcast já está disponível. A cada semana um novo programa entrará no ar. Basta procurar pela série em sua plataforma favorita. Ele também pode ser baixado diretamente pelo portal do Estadão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Adriana Ferraz e Ana Paula Niederauer
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