O corte mais recente nos juros, que reduziu a taxa referencial Selic de 2,25% para 2% ao ano e foi anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no dia 5 de agosto, beneficia as operações de crédito e os investimentos ligados ao mercado imobiliário. Apesar de a confiança ainda estar bastante afetada pela pandemia causada pelo coronavírus, o brasileiro está comprando mais imóveis.
Em junho, o volume de financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiu R$ 9,27 bilhões, um aumento de 29,9% ante maio e de 52,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Apesar do distanciamento social, esse foi o melhor mês desde janeiro de 2015, conforme dados da Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
“Percebemos uma retomada bem importante nas vendas. Pode ser pelo elevado déficit habitacional do País, pelos valores atrativos de imóveis, pela valorização esperada ou pelo consumidor já ter planejado a aquisição”, diz Cristiane Portella, presidente da associação.
Após o susto inicial causado pela pandemia, quando se esperava uma queda bastante significativa nos financiamentos, os números mostram expectativas positivas para o ano, mesmo que menores do que a expansão observada no ano passado. Para 2020, a Abecip espera um crescimento de 12% nos financiamentos, com o uso de recursos da poupança. Ano passado foram aplicados R$ 78,7 bilhões para aquisição e construção de imóveis com recursos do SBPE, elevação de 37,1% em relação a 2018.
No primeiro semestre deste ano, os empréstimos destinados à aquisição e à construção de imóveis avançaram 28,6% em comparação com 2019, atingindo R$ 43,35 bilhões. Já no acumulado de julho do ano passado a junho deste ano, os empréstimos habitacionais no SBPE somaram R$ 88,33 bilhões, alta de 34,2% ante o período anterior.
Um dos fatores de grande impacto na melhoria dos negócios é que a taxa de juros média do financiamento imobiliário no Brasil está no menor patamar da história. De acordo com dados do Banco Central (BC), em maio de 2020 ela chegou a 7,16% ao ano, diferentemente dos 8,31% do começo de 2019 e dos 10,90% de 2017. O setor estima que a redução de cada ponto percentual nos juros represente um desconto de 8% na parcela do financiamento imobiliário, o que significa dizer que a parcela fica mais acessível para os compradores. E que, apesar da crise causada pela pandemia, essa pode ser uma época excelente para realizar o sonho da casa própria.
A especialista em mercado imobiliário Yslanda Barros, sócia e diretora da Ética Soluções Imobiliárias, afirma que em nenhum momento houve desistência na locação ou na aquisição de imóveis, apenas adiamentos. “Já é possível observar uma retomada. Em um cenário pós-pandemia, a situação vai melhorar ainda mais. Basta lembrar quantas outras crises já foram superadas pelo setor”, diz. “O mercado imobiliário é um dos segmentos mais robustos do País, representando cerca de 5% do PIB”, destaca.
A pedido do Mercado News, a especialista simulou um financiamento imobiliário de R$ 500 mil. Foram feitas simulações considerando juros bancários de 14%, 10%, e de 6,99 % ao ano. Todas as simulações são para o prazo de pagamento de 360 meses (30 anos). As prestações mensais podem variar entre R$ 5.892,71 (em 2015) a R$ 3.313,09 em agosto de 2020. Ou seja: hoje, com a Selic mais baixa da história, a parcela caiu quase pela metade. O poder de compra foi ampliado em 40%, gerando ótimas oportunidades, lembrando que os bancos costumam exigir uma entrada equivalente a 20% do valor total do imóvel.
Veja dois exemplos:
A) Se, em 2015, você comprou um imóvel de R$ 500 mil financiado, você deve estar pagando uma parcela de cerca de R$ 6 mil mensais. Com a queda nos juros, é possível migrar para um imóvel maior (talvez um de R$ 800 mil) e manter o mesmo valor da parcela;
B) Se você assumiu uma parcela mensal de R$ 6 mil e está precisando reduzir gastos, a queda de juros permite baixar essa parcela para cerca de R$ 3.313,09;
“O momento atual apresenta cenário de ampliação de possibilidades para o consumidor que vão desde aquisição do imóvel, ampliação para imóvel maior ou redução considerável do valor da parcela – e assumir com mais tranquilidade um financiamento”, afirma. Ou seja, além de uma oportunidade para novos financiamentos, o cenário também é favorável para rever os juros dos financiamentos antigos e até considerar a opção de portabilidade bancária. Mas isso é assunto para outra reportagem.
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