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Juros: taxas ensaiam ajuste em baixa com vitória de veto; exterior impõe cautela

A vitória de veto presidencial na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, 20, – ainda que haja um custo de R$ 4 bilhões embutido – foi insuficiente para determinar a direção das taxas de juros futuros neste início de negociação. O exterior negativo, com uma clara deterioração do sentimento e de preços em diferentes mercados globais – moedas, bolsas e juros, pesa sobre o dólar que favorece viés de alta na curva, especialmente nos vencimentos intermediários e longos.

O DI para janeiro de 2022 abriu esta sexta-feira, 21, a 2,74% ante 2,79% no ajuste de ontem e marcou máxima intraday a 2,81%. O DI para janeiro de 2025 abriu a 5,76% ante 5,80% no ajuste de ontem e marcou máxima intraday a 5,82%. O DI para janeiro de 2027 abriu a 6,77% ante 6,82% no ajuste de quinta-feira e marcou máxima intraday a 6,85%.

Sobre a cena política, os agentes econômicos devem observar a relação de Paulo Guedes com o Senado. Em reação ao tom da reclamação do ministro à derrubada do veto, o Senado chamará o ministro para dar explicações qual “crime contra o País” os senadores cometeram. O requerimento é de autoria do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Com a fraca agenda doméstica de indicadores nesta sexta-feira, o investidor deve olhar para os mercados internacionais e impor cautela a um novo ajuste de baixa nas taxas. Esse movimento começou ontem perto do fim da sessão regular e continuou tímido na estendida, encerrada antes do início da votação do veto na Câmara.

O exterior incute pressão de venda em ativos de risco desde perto das 8h, quando foi noticiado que o governo do Reino Unido e a direção da União Europeia (UE) confirmaram que a sétima rodada de negociações sobre sua futura relação pós-Brexit terminou sem avanços.

A confirmação chega horas depois de circularem rumores sobre a indefinição e de os PMIs da zona do euro e da Alemanha preliminares frustrarem as expectativas, reforçando a visão para Estados Unidos do Federal Reserve de retomada econômica lenta no pós-pandemia.

O petróleo cai mais de 1% (contratos futuros do WTI e do Brent para outubro) também por conta de uma visão de demanda fraca por mais tempo. Nesse contexto, o dólar virou e passou a subir mais fortemente ante moedas desenvolvidas e também perante a maioria das emergentes e das divisas ligadas a commodities.

Por Karla Spotorno

Estadão Conteúdo

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