Desde a tarde da quarta-feira (19), uma nuvem de incerteza encobre o mercado. A divulgação da ata da mais recente reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), equivalente americano ao Comitê de Política Monetária indicou que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem observado uma “elevada incerteza” em relação ao impacto da pandemia do coronavírus sobre a recuperação da economia americana.
Em uma entrevista coletiva após a reunião, Jerome Powell, presidente do Fed, disse que o caminho para a economia é “extraordinariamente incerto” e que maiores certezas dependeriam da contenção do vírus. Além disso, os diretores do BC americano têm várias outras preocupações. Os pontos de atenção vão desde novos surtos do vírus, que podem afetar o crescimento e deteriorar o cenário para os lucros das empresas e o crédito, até uma piora da situação fiscal americana. Outro problema é a desaceleração da economia global devido à pandemia. “A incerteza é muito alta e isso preocupa os agentes econômicos e afeta a própria economia”, disse Thomas Barkin, presidente do Federal Reserve regional de Richmond.
Os diretores do Fomc continuaram a discutir eventuais mudanças na política monetária, que vem sendo expansionista desde 2019, mas disseram que vai demorar mais tempo para colocar as mudanças em prática. Segundo a avaliação do BC americano, o processo de queda no desemprego notado em junho se interrompeu em julho, o que mostra que há menos força na recuperação econômica. Além disso, não se descarta a hipótese de novas ondas de restrição das atividades produtivas, com efeitos incertos sobre o crescimento econômico.
Como era de se esperar, a reação dos preços dos ativos foi drástica. No momento de divulgação da ata, boa parte dos pregões na Europa e na Ásia já havia encerrado suas atividades. No entanto, as notícias foram divulgadas a tempo para pressionar as cotações no Brasil e nos Estados Unidos. O Ibovespa encerrou a quarta-feira (19) a 100.854 pontos, queda de 1,19%. Para piorar os prognósticos, o Senado Federal derrubou o veto presidencial ao reajuste do funcionalismo.
Indicadores
A prévia da Sondagem da Indústria de agosto sinaliza um crescimento de 8,4 pontos do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em relação a julho. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o ICI de agosto pode chegar a 98,2 pontos, resultado 0,7 ponto acima dos 97,5 pontos observados em março. Se o resultado se confirmar, o ICI teria recuperado aproximadamente 93% das perdas observadas em março e em abril. Segundo a FGV, o aumento da confiança nesta prévia decorre tanto da melhora nas avaliações dos empresários em relação ao momento quanto em relação às expectativas para os próximos meses.
A conjugação entre a incerteza apontada pelo Fed e a derrota do governo no Senado na quarta-feira (19) devem continuar pesando sobre os preços dos ativos nesta quinta-feira. Os contratos futuros de Ibovespa estão começando o dia abaixo de 100 mil pontos.
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