Categories: Economia

Com crescimento durante a pandemia, Apple ultrapassa valor de US$ 2 trilhões

Depois de se tornar, em 2018, a primeira empresa avaliada em US$ 1 trilhão, a Apple dobrou a meta e tem um segundo recorde para chamar de seu. A empresa responsável pelos populares iPhones ultrapassou a marca dos US$ 2 trilhões em valor de mercado por volta das 11h40 deesta quarta-feira, 19, com o preço da ação valendo US$ 467,78 – na sequência, o valor permaneceu oscilando e a empresa fechou o pregão abaixo da marca. Com o feito, a Apple torna-se a primeira empresa americana a atingir o segundo trilhão – a petrolífera Saudi Aramco já havia rapidamente ultrapassado o valor em dezembro de 2019.

A título de comparação, a quantia de US$ 2 trilhões é o superior à riqueza de 170 países, incluindo o Brasil, de acordo com dados do Banco Mundial. Ainda que a comparação entre PIB e valor de mercado seja imprecisa, a marca atingida pela Apple é menor apenas que os PIBs de Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Índia, Reino Unido e França.

A velocidade de valorização também espanta. No fim de março, com os temores sobre o avanço do novo coronavírus no mundo, a empresa havia recuado abaixo da marca de US$ 1 trilhão – ou seja, dobrou de valor em apenas 21 semanas. E foi justamente a covid-19 uma das responsáveis por esse avanço.

Especialistas ouvidos pelo Estadão dizem que a alta é impulsionada pelo bom desempenho das empresas de tecnologia nas bolsas mundiais durante a pandemia, que estimulou o uso de aparelhos e serviços online pelas famílias e empresas que estão em isolamento social.

“A percepção do mercado é de que esse movimento não é efêmero. Mesmo antes da pandemia já existia uma grande expectativa de crescimento no setor de tecnologia”, afirma Francine Balbina, analista de fundos internacionais da Spiti. “Acrescente-se a isso o fato de a Apple ter receita ao redor do mundo todo e de as empresas de tecnologia terem atraído nos últimos meses diferentes perfis de consumidores.”

Além disso, os investidores se animaram com o mais recente balanço trimestral da fabricante americana, divulgado em 30 de julho. Durante a pandemia do novo coronavírus, a Apple viu todas as categorias de seus produtos crescerem nos cinco continentes.

A receita subiu para US$ 59,7 bilhões, alta de 11% em relação ao mesmo período do ano passado. Os responsáveis pelo impulso foram o iPhone SE, modelo de celular mais barato, lançado em abril passado, e serviços como Apple Music e Apple TV+.

O mercado avalia positivamente a estratégia da companhia de seguir apostando na divisão de serviços. É esperado, por exemplo, que a empresa lance em breve um pacotão de assinaturas para turbinar a base de usuários da plataforma. Nesta semana, a Apple revelou o primeiro passo nesta direção e anunciou uma parceria para pacotes no serviço de streaming de vídeo Apple TV+ nos EUA, que incluem os canais CBS e o Showtime, por US$ 10.

“A empresa tem grande base de usuários, o que permite monetizar seus serviços”, disse Dan Ives, analista da consultoria Wedbush Securities, em entrevista ao Yahoo!.

Boa onda

A valorização da Apple é o maior indicativo do desempenho favorável das gigantes de tecnologia durante a pandemia. Mas não é o único.

A Amazon teve o maior lucro trimestral de sua a história no intervalo entre abril e junho de 2020, mostrando que mais pessoas estão confiando no comércio eletrônico para comprar produtos sem precisar sair de casa. Já a Microsoft, apesar de ter crescido menos do que o esperado, teve receita além das estimativas de analistas. Ambas têm valor de mercado de US$ 1,6 trilhão. Google (US$ 1 trilhão) e Facebook (US$ 748 bilhões) aparecem na sequência – desde 23 de março, as ações dessas cinco empresas se valorizaram, conjuntamente, em US$ 2,9 trilhões.

Embora o setor saboreie imenso sucesso, um clube dos “US$ 2 trilhões”, composto apenas pelas cinco gigantes da tecnologia, deve esquentar o debate sobre o poder desproporcional dessas empresas. O tema deve fazer parte das eleições presidenciais dos EUA. Em julho, os presidentes de Amazon, Google, Apple e Facebook tiveram de depor no Congresso dos EUA e enfrentaram perguntas sobre concorrência desleal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Guilherme Guerra, Giovanna Wolf e Bruno Romani

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Petrobras demite 30 funcionários ligados a Prates após troca de comando

Devassa na presidência da Petrobras. Essa é a tônica na companhia dos últimos dias, após…

11 horas ago

Simpi: desbancararização se revela como um dos problemas marcantes para as MPIs

Num momento em que o Banco Central (BC) comemora a expansão da inclusão bancária a…

12 horas ago

Reddit assina acordo de licenciamento com OpenAI e ação salta 9% no after hours de NY

O Reddit informou que assinou um acordo com a OpenAI para dar à startup de…

13 horas ago

Haddad e Padilha deixam residência oficial do Senado após reunião com Pacheco

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu da residência oficial do Senado após se reunir…

13 horas ago

Birôs de crédito suspenderão negativação de dívidas no RS por 60 dias, diz ANBC

A Associação Nacional de Birôs de Crédito (ANBC) informou nesta quinta-feira, 16, que os birôs…

14 horas ago

Receita: declarações (DCTFWeb) a serem prestadas pelas empresas podem ser retificadas sem multa

A Receita Federal esclareceu que as Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTFWeb/eSocial) a…

14 horas ago