Para o coordenador do Unidos Pelo Brasil e presidente do Centro de Liderança Pública (CLP), Luiz Felipe d’Ávila, a Câmara dos Deputados precisa mostrar nesta quinta-feira, 20, que ‘está em sintonia com o Brasil’ e derrubar a proposta que autoriza o reajuste de salários de servidores públicos em meio à pandemia da covid-19.
“É hora do Congresso mostrar que está em sintonia com a sociedade e o sofrimento da maioria dos brasileiros”, defende.
A reforma administrativa é uma da principais medidas defendidas pelo Unidos Pelo Brasil, iniciativa idealizada pelo CLP que reúne instituições e especialistas com o objetivo de superar a crise causada pela pandemia no País por meio do debate de 25 propostas em tramitação no Congresso.
Para d’Ávila, a situação dos servidores públicos brasileiros, caso seja mantida a possibilidade de reajuste aprovada pelo Senado, é ‘inacreditável’. “Temos hoje quase 40 milhões de brasileiros desempregados, e mais de 700 mil empresas quebraram, e é inacreditável que o único setor que continua incólume, intacto é o setor público”, afirma o cientista político, lembrando que no setor privado 9 milhões de trabalhadores já tiveram redução no salário enquanto no caso dos servidores públicos o que se discute é aumento no salário.
Na quarta-feira, 19, os senadores derrubaram um veto do presidente Jair Bolsonaro ao dispositivo que permite reajuste salarial para algumas categorias do funcionalismo público até o final de 2021. A proposta havia sido aprovada pelo Congresso dentro de um pacote que previa socorro financeiro a Estados e municípios, mas acabou barrada pelo Palácio do Planalto.
O veto ainda passará por votação na Câmara nesta quinta. Somente após o parecer dos deputados é que a decisão vai ser definitiva no Congresso Nacional. De acordo com o Ministério da Economia, a derrubada do veto compromete uma economia fiscal entre R$ 121 bilhões e R$ 132 bilhões, que poderiam ser poupados em 12 meses, caso os aumentos dos servidores públicos fossem congelados.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ser ‘impossível’ governar o País se a Câmara mantiver a decisão do Senado.
Por Redação
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