Os juros futuros abriram praticamente estáveis e logo depois marcaram mínimas com viés de baixa nesta quarta-feira, 19. O movimento indica um ajuste residual ao observado ontem, dia em que as taxas caíram fortemente sinalizando o novo voto de confiança do mercado sobre a execução da agenda liberal do governo Bolsonaro. Os agentes esperam para repercutir o saldo da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro com Rodrigo Maia, presidente da Câmara, sobre o orçamento de 2021 no período da manhã. Também aguardam ata do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).
A queda do dólar ante o real contribui para esse movimento. A apreciação do real, contudo, é relativamente pequena, quando se observa a variação de seus principais pares no mercado global de moedas.
Segundo analistas, o estresse passou mas a preocupação com a trajetória fiscal continua grande. DI para janeiro de 2022 abriu a 2,68% ante 2,66% na mínima intraday e 2,69% no ajuste de ontem. DI para janeiro de 2023 abriu a 3,86% ante 3,83% na mínima intraday e 3,88% no ajuste de ontem. DI para janeiro de 2025 abriu a 5,68%, mesma taxa no ajuste de ontem, e marcou mínima intraday a 5,64%. DI para janeiro de 2027 abriu a 6,68% ante 6,67% na mínima intraday e 6,70% no ajuste de ontem. DI para janeiro de 2029 abriu a 7,26% ante 7,25% na mínima intraday e 7,28% no ajuste de ontem.
Perto das 10h15, os juros curtos marcaram máximas mas seguem perto das taxas do fim da sessão regular da terça-feira. O movimento acontece em meio à virada pontual de queda para alta no dólar perto das 10h10.
Apesar do movimento nos juros futuros com vencimentos mais curtos, a curva ainda precifica possibilidade de corte da taxa básica, a Selic. A chance é de cerca de 15%, segundo cálculo de Flávio Serrano, do Haitong Banco de Investimentos.
Por Karla Spotorno
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