Colégios particulares de São Paulo que estão se organizando para o retorno às aulas presenciais, ainda sem data definida na capital, contrataram a consultoria de importantes hospitais e laboratórios para a elaboração de protocolos personalizados. O serviço inclui adaptação das salas de aula, testagem para funcionários e colaboradores, telemedicina e disponibilidade de médicos. Além de seguir as recomendações de entidades de saúde do Brasil e do mundo, casos de sucesso em outros países também servem de inspiração.
Os hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, por exemplo, possuem um trabalho de consultoria há quase dez anos, mas que era voltado ao auxílio de redes de saúde. Com a pandemia do novo coronavírus, o serviço se expandiu para outros setores e as escolas são parte dessa novidade. “A demanda foi muito grande, próximo de 50 escolas que entraram em contato. Agora, devemos estar com 20 a 30”, diz Anarita Buffe, diretora de Desenvolvimento de Projetos e Consultoria do Einstein.
Diversos fatores influenciam no preço da consultoria, como área da escola, número de unidades, professores, alunos, espaços internos e prazo. O valor inclui todo o trabalho prestado pela equipe médica que oferece o serviço, que se desloca até a escola e capacita profissionais. No Albert Einstein, por exemplo, os preços variam entre R$ 80 mil e R$ 250 mil, mas Anarita afirma que a maioria das escolas ficam em menos de R$ 150 mil.
Embora os colégios tenham estruturas muito parecidas, ela comenta que a forma como os estudantes circulam pelos espaços e acessam os ambientes são peculiares. Esse é o desafio de todas as consultorias: adequar as recomendações dos órgãos de saúde com a realidade de cada escola. E a preparação não se limita a medir o distanciamento social adequado e instalar “dispensers” de álcool em gel.
“Quando a gente começou a se aprofundar na preparação do colégio, viu que era complexo e era melhor ter um parceiro forte, então entrou o Einstein. Eles têm alguns escopos e um deles é avaliar toda a infraestrutura do colégio, o fluxo das pessoas, os protocolos que tem de ser desenhados, o controle de acesso à sala de aula e restaurante”, relata Caio Thomas, diretor-geral executivo do Colégio Visconde de Porto Seguro, localizado no Morumbi, na zona sul da capital. A proximidade com o hospital também foi um fator importante para a escolha da consultoria.
Thomas afirma que o colégio já está pronto para receber os estudantes assim que houver uma definição sobre a data de retorno às aulas presenciais. A escola investiu em “pistolas” de medição de temperatura para serem usadas nas entradas com menor circulação de pessoas e câmeras térmicas para as de maior fluxo. Os bebedouros agora são ativados com um sensor de aproximação e há mais de 900 pontos de álcool em gel espalhados. Salas de aula também foram equipadas com câmeras, microfones e tripés para transmitir aulas ao vivo para os estudantes que permanecerão em casa.
Já na Escola Morumbi de Alphaville, na região metropolitana de São Paulo, o mantenedor Diamantino dos Santos Jr. afirma que as alterações, em termos de infraestrutura, serão mínimas. “Nossa escola tem capacidade de mais 1,8 mil alunos e no período da manhã tem aproximadamente 700, mas não chega a 35% da capacidade. De qualquer forma, vamos atender todas as exigências”, diz. A instituição, que está em fase de compra de equipamentos para medição de temperatura e colocar sinalizações nos espaços, é a mais recente cliente da consultoria do Grupo Fleury.
Por Ludimila Honorato
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