O dólar segue em baixa no mercado doméstico na manhã desta quarta-feira. O ajuste está alinhado à desvalorização predominante da moeda norte-americana ante outras divisas emergentes e ligadas a commodities em meio a movimentos técnicos e espera pela ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Os investidores monitoram ainda o impasse nas negociações em Washington sobre novos estímulos nos EUA e seguem preocupados também com uma segunda onda de covid-19 pelo mundo, principalmente nos EUA e Europa, e as tensões sino-americanas.
Operadores locais afirmam que persiste a cautela com o fundamento fiscal das contas públicas brasileiras, o que limita a valorização do real. É uma sessão de espera por novidades, diz um operador. A questão, de novo, é ver a prometida agenda liberal ser executada. Na terça-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, reafirmou o compromisso com o ajuste fiscal.
Após pedir que o governo envie sua proposta sobre a extensão do auxílio emergencial e de criticar os bancos pela cobrança de juros exorbitantes no cartão de crédito e cheque especial, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, segue no foco. Maia toma café com o presidente Jair Bolsonaro e também se reúne mais tarde com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em almoço em Brasília.
Ontem, o dólar caiu, devolvendo parte do estresse provocado no dia anterior pelas especulações sobre uma iminente saída do ministro da economia, Paulo Guedes, que foi negada por Guedes e por Bolsonaro. Com isso, a inclinação da curva de juros futuros diminuiu um pouco – ainda que continue apontando alto risco fiscal à frente – e voltou a ser precificado um novo corte da Selic.
Às 9h25 desta quarta, o dólar à vista recuava 0,16%, a R$ 5,4594. O dólar futuro para setembro caía 0,20%, a R$ 5,4605.
Por Silvana Rocha
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