O Magazine Luiza apresentou nesta segunda-feira (17), após o fechamento dos mercados, os seus resultados do segundo trimestre de 2020. Em geral o resultado foi bom e acima das expectativas.
Os números, que demonstram o forte impacto nas vendas do varejo físico devido ao fechamento das lojas durante boa parte do trimestre, também trouxeram o bom desempenho nas linhas de varejo eletrônico, com crescimento acima do esperado por nós e pelo mercado.
O principal destaque positivo foi a venda bruta total (GMV) do e-commerce, que inclui desde as vendas diretas ao consumidor, também conhecido como 1P como as vendas dos seus parceiros realizadas pelo seu marketplace, conhecida como 3P.
O GMV total totalizou R$ 6,722 bilhões, com recorde i) de crescimento na comparação anual de 182% e ii) crescimento de 64% no trimestre. Os crescimentos foram acima do esperado.
Outros números relevantes que chamaram a atenção foi i) queda nas margens bruta e Ebitda devido ao fechamento das lojas físicas e menor alavancagem operacional e ii) o prejuízo líquido ajustado de R$ 62,2 milhões.
O resultado operacional (lucro antes dos impostos) foi um prejuízo de R$ 119,5 milhões. Todavia, já eram esperadas pioras destes números devido a Covid-19 e o desempenho da companhia nestas linhas pode ser considerado bom.
A companhia fez questão ainda de destacar o desempenho mensal durante o trimestre, que apresentou uma recuperação crescente desde o primeiro mês. Em abril o prejuízo líquido foi de R$ 148 milhões, enquanto em maio o prejuízo foi de apenas de R$ 9 milhões e em junho foi registrado um lucro de R$ 93 milhões.
O resultado do Magalu foi bom e por isso analistas esperam impacto positivo no preço das ações MGLU3 no curto prazo.
No ano as ações do Magazine Luiza (MGLU3) sobem 71,4%, desempenho bem superior ao do Ibovespa, que tem perdas de 13,9% em 2020.
A receita líquida no trimestre foi de R$ 5.568 milhões, um crescimento de 29% na comparação anual e de 6% na comparação trimestral. O resultado foi impulsionado pelo forte crescimento do varejo eletrônico, visto que o indicador de vendas mesmas lojas físicas (SSS) apresentou uma queda de 51%.
Segundo dados da E-Bit, a pandemia levou o varejo eletrônico brasileiro a crescer 70,4% no período. Como as vendas do Magalu cresceram 182%, houve um incremento significativo em termos de participação de mercado, muito por conta da entrada da companhia em novos segmentos (supermercado, Netshoes, Época Cosméticos), a boa performance do aplicativo e as entregas de produtos mais rápidas que as concorrentes.
Em 2019, o varejo eletrônico representava aproximadamente 40% da receita bruta total da Magalu. Neste trimestre, com o fechamento das lojas físicas e sem inauguração de novas lojas no período, o segmento de vendas digitais representou cerca de 72% da receita bruta do período.
Já o Ebitda ajustado por não itens recorrentes foi de R$ 147,2 milhões, uma queda de 61% na comparação anual e margem de 2,6%, 7,2 p.p a menos que no mesmo período do ano passado.
Outro destaque do trimestre foi a forte geração de caixa da empresa que atingiu R$ 2,2 bilhões. Esse resultado é consequência da melhoria do giro nos estoques da empresa, além de melhoria no prazo médio de compra.
O Magalu segue com uma posição confortável de caixa líquido (desconsiderando as contas a receber de cartões de crédito) de R$ 1.317 milhões.
Os principais catalisadores das ações do Magalu são a continuidade das taxas crescimento do e-commerce e o ritmo da recuperação do varejo físico.
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