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Juros fecham em queda com alívio no risco político e compromisso fiscal

O mercado de juros retirou da curva boa parte do risco de o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixar o governo, que havia sido adicionado desde a semana passada após a “debandada” de secretários da pasta. E, na reta final da sessão regular, as taxas ampliaram a queda para fechar nas mínimas, após o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, reforçar a necessidade de ações que fortaleçam o teto de gastos no longo prazo. O alívio no risco político atingiu principalmente a ponta longa, que terminou em baixa em torno de 30 pontos-base. Apesar do tombo nos vértices mais distantes, com redução nos níveis de inclinação que vinham subindo reiteradamente nas últimas semanas, a curva ainda segue bastante inclinada, porque as preocupações com a área fiscal estão longe de se dissipar.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a 2,69%, de 2,833% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 4,064% para 3,88%. O DI para janeiro de 2025 fechou com taxa de 5,68% (5,954% ontem) e o DI para janeiro de 2027 terminou com taxa em 6,70%, de 6,993% ontem.

As declarações do ministro e do presidente Jair Bolsonaro ontem, segundo o qual ambos entraram juntos e sairão juntos do governo e que a saída do titular do ministério nunca foi cogitada, trouxeram alívio logo cedo. “As falas foram muito contundentes do ponto de vista retórico e, além do mais, o mercado vinha de dias e dias de aversão ao risco”, afirmou o estrategista de Mercados da Harrison Investimentos, Renan Sujii.

Na avaliação de Sujii, o risco de Guedes sair é permanente até o último dia de governo, mas cresce e decresce de acordo com o momento. “Nos últimos dias, formou-se uma tempestade prefeita com o fluxo de notícias sobre a pressão da ala desenvolvimentista e a debandada dos secretários”, afirmou.

No fim da tarde, a fala do secretário Bruno Funchal soou como música aos ouvidos do mercado, dado o tom de comprometimento com a consolidação do cenário fiscal. Ele repetiu que o governo irá retomar a agenda de ajuste interrompida durante a pandemia e defendeu ações que fortalecem o cumprimento do teto de gastos para além de 2023. “A agenda estrutural precisa ser retomada e agora ela é mais importante que nunca”, afirmou, em videoconferência organizada pelo banco Santander. Ele também voltou a defender um processo de qualificação do gasto público para que despesas possam ser eliminadas e seus recursos transferidos para ações mais eficientes.

Contato: denise.abarca@estadao.com

Por Denise Abarca

Estadão Conteúdo

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