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Em abaixo-assinado, petistas criticam aliança com aliado de Bolsonaro

Um dia depois de o diretório nacional do PT ratificar a aliança entre o partido e o prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner Carneiro, o Waguinho (MDB), aliado do presidente Jair Bolsonaro, dezenas de dirigentes, parlamentares, sindicalistas e militantes do partido assinaram um abaixo-assinado lamentando a decisão.

Segundo os autores, a aliança contraria resolução do 7º Congresso Nacional que proíbe acordos com representantes do “neofascismo”. “Tal medida, a nosso juízo, viola a democracia interna e a tradição petista, além de ratificar uma decisão que desorienta, confunde e desanima nossa militância. Não é aceitável qualquer composição com representantes formais ou informais do neofascismo, como claramente estabelecem resoluções de nosso 7º Congresso e do próprio diretório nacional”, diz o texto, assinado por mais de mil apoiadores da sigla.

Assinam o documento os seis ex-presidentes vivos do PT (José Dirceu, José Genoino, Rui Falcão, Tarso Genro, Olívio Dutra e Ricardo Berzoini), além de dezenas de deputados federais, estaduais, vereadores e outras lideranças petistas.

O abaixo-assinado é dirigido ao diretório nacional do PT que na véspera, pela segunda vez, aprovou a aliança com o prefeito bolsonarista de Belford Roxo. O patrono do acordo é o ex-prefeito de Macaé, ex-presidente do PT do Rio e atual vice-presidente da legenda, Washington Quaquá, um dos líderes da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB).

A aliança com Waguinho foi aprovada pela direção nacional do partido no último dia 7. Diante da repercussão negativa, um pedido de reconsideração foi apresentado ao diretório nacional que negou o apelo por 40 votos a 36 em reunião na segunda-feira, 17.

Waguinho aparece em vídeos que circulam nas redes sociais ao lado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do ministro da Integração Regional, Rogério Marinho, em cerimônia na cidade da Baixada Fluminense. O filho do presidente rasga elogios ao prefeito, um dos primeiros a pedir votos para Bolsonaro na Baixada, e lembra que sua mulher, a deputada federal Daniele do Waguinho (MDB), integra a base do governo no Congresso.

Quaquá, maior defensor da aliança, argumentou que Waguinho sempre foi aliado do PT e que elogiou Bolsonaro porque é “malandro” e quer verbas federais para a cidade.

Procurada, a direção nacional do PT ainda não respondeu se o documento tem caráter formal ou se a aliança ainda pode ser revista. Em conversas reservadas, integrantes do grupo da CNB que comanda a direção petista dizem que as críticas em torno da aliança em Belford Roxo é apenas o pano de fundo de uma disputa interna pelo controle do partido.

Por Ricardo Galhardo

Estadão Conteúdo

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