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Indígenas fazem bloqueio em rota amazônica no Pará e exigem ajuda contra covid-19

Em um protesto realizado nesta segunda-feira, 17, dezenas de indígenas Kayapó Mekragnoti bloquearam parte da rodovia BR-163, na altura do município de Novo Progresso, no Pará, exigindo ajuda do Governo Federal para combater a pandemia do novo coronavírus. Empunhando pedaços de paus, flechas e facões, os índios ergueram duas barricadas com pneus e madeira na via, a principal de distribuição agrícola do Centro-Oeste aos portos fluviais da Amazônia.

“A cada dia que passa essa doença está aumentando, por isso fazemos esse movimento, para que o governo olhe para os indígenas, não só nós, mas todo o Brasil. Todos os indígenas precisam de ajuda”, declarou o cacique Beppronti Mekragnotire, uma das lideranças dos Kayapó Mekragnoti.

O grupo também exige que o governo combata o desmatamento praticado pelos invasores de terras, principal causa dos incêndios que atingem a região na época da seca, e a extração ilegal de ouro em suas reservas.

Os Kayapó Mekragnoti, subgrupo da etnia Kayapó, da qual faz parte o cacique Raoni Metuktire – ícone da luta pela conservação da Amazônia que recentemente foi acometido pelo coronavírus – , habitam as reservas Baú e Menkragnoti, que juntas ocupam 6,5 milhões hectares, uma área aproximadamente do tamanho da Croácia. Segundo dados da ONG Kabú, dos 1.600 habitantes de suas doze aldeias, quatro morreram em decorrência da covid-19 e outros 400 foram infectados.

Os primeiros casos de coronavírus entre indígenas ocorreram devido ao contato com populações urbanas e à presença de garimpeiros ilegais em suas reservas. Devido ao fato de viverem isolados, os índios são um alvo perfeito para o coronavírus devido às suas defesas imunológicas.

De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que acusa o governo Jair Bolsonaro de omissão diante da pandemia, 618 indígenas morreram e outros 21 mil já foram infectados pelo coronavírus em todo o Brasil. O País é o segundo mais afetado pela covid-19 no mundo, com mais de 3 milhões de casos e 107 mil mortes pela doença.

Por Redação

Estadão Conteúdo

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