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‘Doleiro dos doleiros’ é condenado a 13 anos de prisão por lavagem de dinheiro

O ‘doleiro dos doleiros’ Dario Messer, que recentemente fechou acordo de delação com a Lava Jato e vai devolver R$1 bilhão às autoridades, foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão em regime fechado por lavagem de dinheiro no processo aberto a partir de provas obtidas na Operação Marakata.

A sentença foi proferida nesta segunda-feira, 17, pelo juiz Alexandre Libonati, da 2ª Vara Federal Criminal do Rio, que negou ao doleiro a prerrogativa de recorrer da decisão em liberdade. O magistrado determinou que o mandado de prisão seja expedido após a pandemia da covid-19.

O juiz considerou procedente a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o doleiro, em 2018, por participação em um esquema de tráfico de pedras preciosas no mercado negro relevado pela ‘Marakata’, desdobramento da Operação Lava Jato no Rio.

“As exportações oficiais, registradas de forma subfaturada, geravam depósitos identificados; ao passo que eventuais negócios clandestinos, ou as diferenças entre o valor real e subfaturado das pedras, geravam depósitos não identificados, oriundos de contas no exterior controladas pelos colaboradores”, escreveu o juiz. “Dario Messer atuava como sócio oculto e investidor do negócio operado no Uruguai e que servia à realização de operações de câmbio à margem da lei e, especificamente, à lavagem de recursos oriundos de delitos praticados pela O.S. Ledo (empresa de comércio de pedras)”.

Segundo as investigações, a O. S. Ledo usou os ‘serviços’ de Messer para enviar US$ 44 milhões ao exterior, entre 2011 e 2017, obtidos com a exportação, através de notas fiscais e invoices falsos, de pedras de garimpos na Bahia para empresários indianos.

Em sua delação, o próprio doleiro confessou que comandou a mesa de câmbio paralelo operada pelos doleiros Vinicius Claret e Cláudio Barboza no Uruguai e usada para lavar o dinheiro.

Messer ainda é réu em outras duas ações penais, decorrentes das operações Patrón, sobre o esquema de lavagem de dinheiro que facilitou a fuga do operador ao Paraguai, e Câmbio, Desligo, que prendeu doleiros acusados de lavarem dinheiro para o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, e para comparsas do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em uma rede que, segundo os investigadores, operava em mais de 50 países. Ambas tramitam na 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Por Rayssa Motta

Estadão Conteúdo

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