Pelo menos uma pessoa morreu e duas estão internadas em estado grave, após a passagem de dois tornados por Santa Catarina na tarde de sexta-feira, 14, e madrugada de sábado, 15. As tempestades com ventos fortes e granizo deixaram um rastro de destruição. Os estragos foram registrados em 26 cidades catarinenses e os prejuízos ainda são contabilizados.
O Laboratório de Clima da Defesa Civil do Estado informou que o primeiro tornado fez um traçado nos municípios de Água Doce, Ibicaré e Tangará, no Oeste catarinense. Já o segundo afetou o município de Irineópolis, no Planalto Norte. Houve, ainda, micro explosões e chuva de granizo intensa. Em Vargem Bonita, com 4,7 mil habitantes, 80% das residências foram danificadas.
Um dos municípios mais atingidos foi Água Doce, onde 11 pessoas ficaram feridas, duas em estado grave; 700 casas foram danificadas, sendo 25 completamente destruídas. O prefeito Antônio José Bissani (PP) decretou situação de calamidade. Em Ibicaré, duas igrejas e dois pavilhões foram destruídos. E em Tangará ocorreram destelhamentos em todos os bairros. Estima-se que 90% das casas e empresas foram atingidas. Cinco pessoas ficaram feridas na cidade.
A morte registrada até a tarde deste domingo, 16, ocorreu no mar, na região do Litoral Norte. Um pescador de 22 anos foi surpreendido pela tempestade e não conseguiu retornar. O corpo foi encontrado na tarde de sábado.
Até o momento são 16 feridos nas 26 cidades atingidas, sendo 830 pessoas desabrigadas e 197 desalojados. A Defesa Civil ainda faz levantamento dos estragos. O chefe do órgão, João Batista Cordeiro Jr, viajou para o Oeste, onde mantém diálogo direto com as prefeituras atingidas. O principal foco, neste momento, é a entrega de itens de assistência humanitária, como lonas, colchões e alimentos.
A Metsul, que monitora fenômenos no Sul do País, informou que, pelos danos observados, os tornados que atingiram Santa Catarina são compatíveis com tornados variando de F1 a F2 na escala de Fujita, logo, em alguns pontos, o vento pode ter ficado perto ou mesmo atingido os 200 km/h. A escala vai de F0 (tornados menos destrutivos) a F5 (arrasador).
Em 30 de junho e 1º de julho, o estado de Santa Catarina já tinha sido atingido por um ciclone bomba, que deixou nove mortos em SC e um no Rio Grande do Sul.
Na sexta-feira, 14, até as 20h, foram divulgados 16 alertas de curtíssimo prazo pela Defesa Civil do Estado, elaborados com base nas imagens de radar e de satélite. Foram emitidos oito observações, sete atenções e um alerta. Alertas de instabilidade também haviam sido disparados ao longo da semana passada.
A biomédica Mariana Denk registrou o fenômeno em Irineópolis pela janela de casa, e disse que foi “uma cena de filme”. “O tornado estava começando e eu saí para chamar minha família, que estava ali fora lidando com as vacas. Deu tempo de só de entrarmos, quando vimos o redemoinho se dividindo em dois. Ele se deslocou em direção à serra e, lá do outro lado, destruiu casas, garagens, estufas, o que tinha pela frente”, lembra. “Uma cena que eu nunca imaginava ver na minha vida, cena de filme, um horror”, conta.
Fábio Bispo, especial para o Estado, O Estado de S.Paulo
16 de agosto de 2020 | 18h36
FLORIANÓPOLIS – Pelo menos uma pessoa morreu e duas estão internadas em estado grave após a passagem de dois tornados por Santa Catarina na tarde de sexta-feira, 14, e madrugada de sábado, 15. As tempestades com ventos fortes e granizo deixaram um rastro de destruição. Os estragos foram registrados em 26 cidades catarinenses e os prejuízos ainda são contabilizados.
Até o momento são 16 feridos nas 26 cidades atingidas, sendo 830 pessoas desabrigadas e 197 desalojados
Até o momento são 16 feridos nas 26 cidades atingidas, sendo 830 pessoas desabrigadas e 197 desalojados Foto: Flávio Jr./Defesa Civil de Santa Catarina
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O Laboratório de Clima da Defesa Civil do Estado informou que o primeiro tornado fez um traçado nos municípios de Água Doce, Ibicaré e Tangará, no Oeste catarinense. Já o segundo afetou o município de Irineópolis, no Planalto Norte. Houve, ainda, micro explosões e chuva de granizo intensa. Em Vargem Bonita, com 4,7 mil habitantes, 80% das residências foram danificadas.
Um dos municípios mais atingidos foi Água Doce, onde 11 pessoas ficaram feridas, duas em estado grave; 700 casas foram danificadas, sendo 25 completamente destruídas. O prefeito Antônio José Bissani (PP) decretou situação de calamidade. Em Ibicaré, duas igrejas e dois pavilhões foram destruídos. E em Tangará ocorreram destelhamentos em todos os bairros. Estima-se que 90% das casas e empresas foram atingidas. Cinco pessoas ficaram feridas na cidade.
A morte registrada até a tarde deste domingo, 16, ocorreu no mar, na região do Litoral Norte. Um pescador de 22 anos foi surpreendido pela tempestade e não conseguiu retornar. O corpo foi encontrado na tarde de sábado.
Até o momento são 16 feridos nas 26 cidades atingidas, sendo 830 pessoas desabrigadas e 197 desalojados. A Defesa Civil ainda faz levantamento dos estragos. O chefe do órgão, João Batista Cordeiro Jr, viajou para o Oeste, onde mantém diálogo direto com as prefeituras atingidas. O principal foco, neste momento, é a entrega de itens de assistência humanitária, como lonas, colchões e alimentos.
Em alguns pontos, o vento pode ter ficado perto ou mesmo atingido os 200 km/h
Em alguns pontos, o vento pode ter ficado perto ou mesmo atingido os 200 km/h Foto: Flávio Jr./Defesa Civil de Santa Catarina
A Metsul, que monitora fenômenos no Sul do País, informou que, pelos danos observados, os tornados que atingiram Santa Catarina são compatíveis com tornados variando de F1 a F2 na escala de Fujita, logo, em alguns pontos, o vento pode ter ficado perto ou mesmo atingido os 200 km/h. A escala vai de F0 (tornados menos destrutivos) a F5 (arrasador).
Em 30 de junho e 1º de julho, o estado de Santa Catarina já tinha sido atingido por um ciclone bomba, que deixou nove mortos em SC e um no Rio Grande do Sul.
Na sexta-feira, 14, até as 20h, foram divulgados 16 alertas de curtíssimo prazo pela Defesa Civil do Estado, elaborados com base nas imagens de radar e de satélite. Foram emitidos oito observações, sete atenções e um alerta. Alertas de instabilidade também haviam sido disparados ao longo da semana passada.
A biomédica Mariana Denk registrou o fenômeno em Irineópolis pela janela de casa, e disse que foi “uma cena de filme”. “O tornado estava começando e eu saí para chamar minha família, que estava ali fora lidando com as vacas. Deu tempo de só de entrarmos, quando vimos o redemoinho se dividindo em dois. Ele se deslocou em direção à serra e, lá do outro lado, destruiu casas, garagens, estufas, o que tinha pela frente”, lembra. “Uma cena que eu nunca imaginava ver na minha vida, cena de filme, um horror”, conta.
Segundo ela, o fenômeno destruiu uma casa na região e carregou a família que estava imóvel. Mariana conta que as pessoas rolaram por cerca de 40 metros com a força do vento. “Muita destruição”, emendou..
Por Fábio Bispo, especial para o Estadão
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