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Lucro líquido da Unidas (LCAM3) encolhe 95% no segundo trimestre

A Unidas (LCAM3) divulgou na quinta-feira (13), após o fechamento do mercado, seus números referentes ao segundo trimestre de 2020.

O resultado veio majoritariamente em linha com o esperado, mas foi afetado por alguns itens não recorrentes: i) reavaliação do valor justo dos ativos (impairment) de R$ 24,5 milhões referente ao valor da frota de veículos e; ii) aumento da provisão para devedores duvidosos (PDD) de cerca de R$ 10 milhões.

A receita líquida consolidada da Companhia no primeiro trimestre foi de R$ 906 milhões, uma redução de 21,6% na comparação anual, praticamente em linha com as expectativas.

Já o resultado operacional medido pelo Ebitda recorrente do segundo período deste ano alcançou o nível de R$ 208,6 milhões, uma queda de 34,1% em relação ao mesmo período de 2019.

Dessa forma, o lucro líquido recorrente obtido no trimestre foi de apenas R$ 4,0 milhões, queda de 95% frente ao segundo trimestre de 2019, mas um pouco melhor do que o prejuízo esperado pelo mercado de R$ 10 milhões no trimestre.

O principal destaque negativo foi a redução no retorno sobre o capital investido (ROIC) que foi de 8,3% no segundo trimestre de 2020 (11,3% em 2019).

No lado positivo, destaque para a geração de caixa de R$ 200 milhões no trimestre, pois a empresa não comprou praticamente nenhum carro no trimestre.

Analistas avaliam que o mercado irá receber positivamente o resultado da Unidas, pois o Ebitda e o lucro líquido teriam vindo acima do esperado se não fossem considerados os itens não recorrentes descritos acima.

Como esperado, a divisão de aluguel de veículos (RAC) sentiu a maioria dos efeitos da pandemia. Dado que o segmento tem contratos de curto prazo, ele foi o mais atingido pelas medidas de isolamento e distanciamento social, com queda nos volumes do 2T20 de 19% na comparação trimestral, enquanto a tarifa média caiu 29%. A taxa média de ocupação caiu para 61,7% no segundo trimestre de 2020 (75,5% em 2019).

É importante destacar que para o segmento de RAC, a redução na tarifa média no 2T20 não é explicado apenas por descontos, mas também por uma mudança no mix: os aluguéis diários têm tarifas maiores e foram mais impactados do que os aluguéis mensais com tíquetes menores.

Apesar dos impactos a empresa apresentou tendências encorajadoras ao abrir os dados de julho, mostrando um crescimento de diárias de 16,3% em relação à média do trimestre e aumento da ocupação para cerca de 80% no final de julho. As tarifas médias também mostraram boa recuperação, crescendo 14,9% no final de julho em comparação a média o segundo trimestre.

A divisão de Terceirização de Frotas, foi a que menos sofreu impactos no trimestre. A empresa relatou boa demanda e que conseguiu implantar boa parte dos veículos que estavam em backlog. Desse modo, a receita líquida cresceu 10% na comparação anual e 6% em relação ao primeiro trimestre.

Importante notar que a empresa adquiriu a Zetta Frotas (concretizada em 12 de junho deste ano) e o resultado da nova empresa entrou no resultado da Unidas por 18 no trimestre. O EBITDA da divisão caiu 3% na comparação anual e subiu 3% em relação ao trimestre anterior, após a empresa conceder R$ 4,5 milhões em descontos para clientes, realizar provisões para inadimplência e ter 1,5 mil veículos devolvidos.

A margem Ebitda da divisão seminovos foi positiva em 2,0% (1,6% no 2T19), beneficiada pelo impairment de R$ 24,5 milhões no valor dos ativos. Se não fosse o item não recorrente a margem Ebitda teria sido negativa em 3,7% no trimestre.

Um destaque muito positivo na divisão de veículos seminovos foi a forte recuperação da venda de veículos em julho: recorde de 9,6 mil carros vendidos (11,2 mil carros vendidos no segundo trimestre) devido à retomada da economia e a reabertura das lojas.

A dívida líquida da companhia apresentou redução de R$ 200 milhões no trimestre, pois com o fechamento das lojas devido à pandemia, a companhia não comprou carros.

A relação dívida líquida/Ebitda ficou praticamente estável em 2,93 vezes em junho de 2020 (2,91 vezes em março de 2020), pois a queda do Ebitda não recorrente foi compensada pela queda na dívida líquida.

Para analistas, o pior ficou para trás no setor de locação de veículos e que as operações a partir de agosto já estão em níveis mais normalizados. A Unidas mostrou a sua resiliência nos seus resultados na unidade de gestão de frotas, preservou caixa e a companhia está bem preparada para a retomada.

Redação Mercado News

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