Política

Datafolha: aprovação de Bolsonaro sobe para 37%

Na contramão das pesquisas de avaliação de governo divulgadas nos últimos meses, a pesquisa Datafolha divulgada na noite desta quinta-feira (13) apresentou o melhor desempenho de Jair Bolsonaro frente à população desde que começou seu mandato.

A pesquisa apresentou melhora na avaliação positiva e queda na rejeição. Aqueles que consideram o governo Bolsonaro ótimo ou bom passaram de 32% (levantamento de junho de 2020) para 37%, enquanto a avaliação de ruim ou péssimo caiu de 44% para 34% neste mesmo período. Para 27%, o governo é regular (vs. 23%, em junho).

Durante esse 1 ano e oito meses de mandato, a melhor avaliação do presidente foi de 33% de ótimo ou bom, registrada duas vezes em 2020 (abril e maio). A melhora na avaliação do presidente coincide com seu tom mais moderado e com o auxílio emergencial de R$ 600, recebido por trabalhadores informais durante a pandemia.

A pesquisa sugere que há ligação entre o auxílio e a avaliação mais positiva, já que o melhor desempenho relativo do presidente foi na região Nordeste – que concentra o maior número de pessoas beneficiárias do auxílio. Nestes estados, a rejeição do presidente caiu de 52% para 35% e a avaliação positiva (ótimo/bom) aumentou de 27% para 33%. Houve, ainda, melhora significativa da avaliação de Bolsonaro na região Sudeste (positiva: 29% para 36%; negativa: 47% para 39%).

A melhora substancial na avaliação de governo dá mais fôlego para o presidente e sua agenda, em um momento cujas incertezas com relação ao futuro econômico e fiscal do país estão impactando mais os ativos do mercado.

Resta saber, no entanto, qual será a postura do presidente sobre sua agenda: se o governo dará continuidade às reformas, respeitando a austeridade fiscal, ou preferirá abrir o leque para investimentos públicos e outros gastos. O indicativo de que o auxílio pode ter aumentado sua popularidade, ao cabo, joga contra a primeira opção. Por outro lado, Guedes, lideranças do Congresso e o próprio presidente ainda asseguram que não há espaço para romper o teto de gastos.

Nesse contexto, o mercado ainda digere com desconfiança o embate entre a equipe econômica, fiscalista, e outras alas do governo, que enxergam no aumento de gastos o caminho para a reeleição em 2022. Por isso, apesar do Datafolha positivo para o Planalto, a reação do mercado não deve seguir a mesma direção.

Redação Mercado News

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