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Bolsa fecha com leve alta de olho nas contas públicas do País; dólar fica a R$ 5,42

(Foto: Divulgação)

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, se firmou no positivo para encerrar com leve alta de 0,89%, aos 101.353,45 pontos, com os investidores animados com os resultados vistos na safra de balanços do segundo trimestre. No entanto, os ganhos da sessão foram contidos, devido ao temor com a situação das contas públicas do Brasil, após a percepção de que o teto de gastos pode ser rompido a qualquer minuto. O cenário fiscal também pesa no dólar, que fechou com forte alta de 1,10% a R$ 5,4268.

O presidente Jair Bolsonaro admitiu na quinta à noite que há sim discussão no governo sobre furar o teto de gastos. O Senado também já descumpriu o “pacto” pelo cumprimento do teto de gastos ao aprovar na última quinta-feira, 13, um projeto que aumenta os gastos e favorece um dos presidentes da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

“Com os dados que tivemos, como os de varejo, e os balanços, era para ser uma semana positiva, e não o foi por conta das preocupações fiscais, que devem persistir”, diz Rodrigo Franchini, sócio e head de produtos na Monte Bravo Investimentos.

Para Franchini, com o nível de aprovação de Bolsonaro em seu ponto mais alto, conforme pesquisa divulgada hoje pelo Datafolha, o gosto pelo populismo distributivo tende a ser alimentado. “A semana foi muito ruim para o Guedes, e isso favorece rumores sobre quanto tempo aguentará”, observa Franchini, acrescentando que a Bolsa mostrou até aqui mais resiliência do que juros e dólar aos “fantasmas” que voltam a pairar sobre a condição fiscal.

Apesar disso, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, conseguiu se sustentar em alta e romper uma sequência negativa de três sessões, além de retomar os 101 mil pontos, mesmo com a demora na aprovação de um pacote de estímulos nos EUA e a queda do mercado de Nova York. Com os resultado de hoje, a B3 acumula perda de 1,38% na semana, cede 1,51% no mês e cai 12,36% no ano.

Nesta sexta-feira, a reação positiva aos respectivos balanços trimestrais contribuíram para a alta de Hering, com 10,27%, Natura, com 8,18% e Suzano, com 5,92%. Também subiram as ações de Vale ON, com ganho de 1,66%. Já Petrobrás PN e ON caíram 0,74% e 0,39% cada, em sintonia com os contratos do petróleo no mercado futuro – hoje, o WTI para setembro, referência no mercado americano, recuou 0,54%, a US$ 42,01 o barril. Já o Brent para outubro, referência no mercado europeu, caiu 0,36%.

Câmbio
Em uma semana de muito ruído, com um vaivém de declarações ambíguas de integrantes do governo a respeito do controle das contas públicas, o dólar manteve-se na marca superior dos R$ 5,40, evidenciando a postura defensiva dos investidores. No acumulado semanal houve ganho de 0,23%, levando a alta para 4,02% neste oitavo mês do ano. Já o dólar para setembro fechou com alta de R$ 5,4265, com alta de 1,03%.

“O mercado não quer mais ter palavras, quer ver alguma coisa de compromisso com o fiscal. E isso significa ver aprovações ou, de fato, o fim de qualquer especulação sobre os cuidados com as contas públicas. Precisa de menos palavras e mais ações”, ressalta José Faria Junior, diretor da Wagner Investimentos.

Já o ouro teve nesta sexta a sua primeira queda semanal desde junho. A onça-troy para dezembro, cedeu 3,86% na semana e 1,04% na sessão, para US$ 1.949,80. O resultado vem em sintonia com o movimento de alta das taxas de juros mundiais, diante de sinais de recuperação da atividade econômica.

Mercados do exterior
No mercado acionário de Nova York, pesou a disputa entre Donald Trump e os democratas do Congresso americano. Em seu Twitter, o presidente citou algumas medidas de estímulo à economia que disse estar pronto para implementar, mas que estão sendo impedidas por democratas – entre elas, está o pagamento direto de US$ 3,4 mil para famílias de quatro pessoas. Com isso, S&P 500 teve baixa de 0,02%, Dow Jones caiu 0,12% e Nasdaq caiu 0,21%.

As Bolsas do velho continente fecharam em alta generalizada nesta sexta, após o PIB da zona euro se contrair em 12,1% no 2º trimestre, na maior queda da história. Além disso, preocupou também a imposição de novas restrições, após alta no número de casos do coronavírus – com isso, o Stoxx 600 caiu 1,20%. A Bolsa de Londres cedeu 1,55%, a de Paris 1,58% e a de Frankfurt 0,71%. Milão, Madri e Lisboa tiveram baixas de 1,13%, 1,33% e 0,84% cada.

No mercado asiático o dia foi um pouco mais favorável, apesar de dados sobre e economia da China vierem mais baixo que o esperado – por lá, os chineses Xangai Composto e Shenzhen Composto subiram 1,19% e 1,25% cada, enquanto o Taiex avançou 0,19% em Taiwan e o japonês Nikkei teve ganho de 0,17%. Porém, o Hang Seng recuou 0,19% em Hong Kong. A bolsa australiana ficou no azul, com alta de 0,58%./LUÍS EDUARDO LEAL, MAIARA SANTIAGO E SIMONE CAVALCANTI

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