O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, disse nesta sexta-feira, 14, que a perspectiva econômica é “mais difícil” quando se olha para frente. Ao avaliar a atividade econômica, ele afirmou que o setor de serviços “está decepcionando”.
“Esta discrepância entre setores parece que vai ser a norma. O setor de serviços claramente terá uma dificuldade maior”, afirmou. Ainda assim, o diretor demonstrou otimismo com o futuro. “Os estímulos e a atuação dos bancos vão ajudar na recuperação.”
Serra avaliou ainda que a recessão no Brasil, em função da pandemia do novo coronavírus, foi induzida pela necessidade de distanciamento social. “Não sei se nós economistas estamos equipados para prever a saída da recessão. Eu tinha bastantes dúvidas sobre como seria essa recessão”, afirmou.
Ao mesmo tempo, Serra qualificou como “sem precedentes” o volume de estímulo fiscal e de crédito no Brasil durante a pandemia. “Acho que o Estado proveu em larga escala o suporte para as pessoas ficarem em casa”, afirmou. “A resposta do crédito bancário nesta crise foi diferente da vista em 2008. E isso ajuda”, acrescentou.
De acordo com Serra, esta dinâmica contracíclica de crédito “dá um otimismo”, o que foi refletido nas comunicações do Comitê de Política Monetária (Copom).
Bruno Serra participou nesta tarde de uma videoconferência organizada pelo Credit Suisse.
Por Fabrício de Castro
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