A atividade no Norte do Brasil caiu 6,9% no trimestre encerrado em maio, ante o período finalizado em fevereiro, quando havia crescido 0,6%, de acordo com os dados dessazonalizados. A informação é do Boletim Regional do Banco Central (BC), divulgado nesta sexta-feira, 14.
A queda de comércio varejista foi destaque da contração na região no período, que foi o mais atingido pela crise desencadeada pelo novo coronavírus. No trimestre finalizado em maio, as vendas varejistas no Norte recuaram 22,7% ante o trimestre finalizado em fevereiro, de acordo com os dados do IBGE, com ajuste sazonal.
“A diminuição das vendas do comércio varejista, mais acentuada do que a observada na média do país, refletiu, em grande parte, o isolamento social intenso no período”, disse o BC, no boletim.
A produção industrial, por sua vez, teve retração de 21,3% no trimestre até maio, deixando carrego estatístico de 18,8% para 2020, afirma o BC. Já o volume de serviços prestados recuou 10,8% no período, com queda de 26,5% de restaurantes e similares e de 19,1% de hotéis e similares.
O BC destacou, contudo, que, em maio, a redução da atividade na região foi de 1,0%, menos intensa do que a verificada em abril, e que indicadores mais recentes sinalizam recuperação de “forma mais disseminada” pelas atividades a partir de junho.
Sobre o comércio, a autoridade monetária destaca que as transações de bens e serviços efetuadas com cartão de débito registraram expansão nominal de 37,7% na média móvel de quatro semanas até quatorze de julho, em relação ao período antes do início da pandemia, segundo dados da Câmara Interbancária de Pagamentos – Sistema de Liquidação de Cartões (CIP/SLC). “Destaque para as vendas de material de construção, com crescimento de 80,6% no período, e com forte aceleração a partir de junho.”
Considerando a evolução da média móvel semanal das vendas com cartão de débito relativas ao setor de serviços, ainda da CIP/SLC, também mostraram alguma recuperação após o pior nível em abril, diz o BC, enquanto informações sobre consumo de energia indicam tendência de crescimento mais pronunciado da produção industrial em junho e julho. “Em síntese, a atividade econômica no Norte foi expressivamente impactada pelos efeitos da pandemia, notadamente no trimestre encerrado em maio. Porém, dados mais recentes de junho e início de julho mostram dissipação gradual desses impactos. Prospectivamente, nos próximos meses será possível observar mais claramente o ritmo do processo de retomada da economia local.”
Por Thaís Barcellos
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