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Vitor Hugo diz que mudança de líder se dá por ‘conformação de forças’ políticas

Em um discurso de despedida do cargo de líder do governo na Câmara, o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) atribuiu a mudança a uma nova “conformação de forças” políticas. A função passará a ser exercida pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), integrante do Centrão, grupo de deputados que impôs sucessivas derrotas ao presidente Jair Bolsonaro no ano passado, mas que ele se reaproximou nos últimos meses.

“O presidente da República tomou a decisão, que foi anunciada por mim e pelo novo líder do governo (Barros), que deve ser indicado formalmente na terça-feira que vem (18), de fazer uma troca na liderança, avaliando o novo cenário político e o novo cenário da Câmara, da conformação de forças aqui”, afirmou Vitor Hugo, na tribuna da Casa.

Segundo ele, no período que ficou à frente do posto de líder do governo, sempre defendeu as posições de Bolsonaro, a quem disse ter “gratidão eterna”. “Foram 19 meses em que nós defendemos os pontos de vista do presidente da República neste plenário e nas comissões”, afirmou o deputado.

Eleito com um discurso crítico à “velha política” e à troca de apoio por espaço no governo, Bolsonaro mudou de estratégia nos últimos meses e passou a distribuir cargos para indicados de partidos, ressuscitando o “toma lá, dá cá”. O PP de Barros já ocupou postos no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que concentram orçamentos bilionários.

A troca só deve ser oficializada na próxima terça-feira, 18. Barros, no entanto, já atua na função. Liderou a votação do Congresso na quarta-feira, 12, e, nesse mesmo dia, participou do pronunciamento de Bolsonaro no Palácio da Alvorada, ao lado de Vitor Hugo, pela defesa do teto de gastos.

Quando Vitor Hugo assumiu a função, Bolsonaro não tinha base na Câmara, além de parte do PSL, seu ex-partido. “Para mim foi um grande desafio e uma grande escola”, disse.

Vitor Hugo enumerou no discurso votações em que considera ter saído vitorioso, como a elevação do auxílio-emergencial de R$ 600 pago a trabalhadores informais – o valor proposto inicialmente pelo governo era de R$ 200. “Votamos também o socorro para Estados e municípios e outras 41 medidas provisórias”, disse.

Por Camila Turtelli

Estadão Conteúdo

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