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Para presidente da Eletrobras, saída de Mattar não prejudica privatização

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, disse nesta quinta-feira, 13, que a saída do secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, não irá prejudicar a capitalização da empresa prevista para o ano que vem, e que confia que após debates com o Congresso Nacional, o processo seja aprovado.

Segundo ele, o processo de capitalização “não é feito por uma pessoa só”, e que o atraso da operação foi pelo impacto a pandemia de covid-19, que se tornou prioridade na agenda do Congresso Nacional. Ele ressaltou porém, que “perder Salim Mattar não é uma coisa boa”.

Ferreira Jr. lembra que a pulverização do capital da companhia em bolsa de valores ainda precisa ser aprovada pelo Congresso, e existem questões pendentes que precisam ser acertadas por meio de debate, como a demanda que surgiu para que o governo tivesse uma ação especial, conhecida como golden share, a exemplo do que ocorreu na privatização da Vale.

Também falta esclarecer se o recurso das outorgas irá para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) ou para ampliar o prazo de descotização, que pode chegar a 10 anos. Outro ponto que poderá entrar no debate, destacou, é a questão da Amazônia, depois que o Nordeste ganhou uma compensação com a exigência de que os investimentos no rio São Francisco continuem a ser realizados pela empresa.

“Um terceiro debate que pode ser feito é que você tem a compensação que beneficia o Nordeste, e tem agora essa discussão da Amazônia. Pode ser que essa seja uma demanda dos congressistas do Norte. Todas essas questões podem contribuir para uma maior facilidade na aprovação do projeto”, avaliou Ferreira Jr.durante teleconferência para comentar o resultado do segundo trimestre.

Para ele, a operação deve ser realizada em 2021 e vai viabilizar o aumento de investimentos da empresa, que terá recursos para fazer a descotização de cerca de 8.700 megawatts. Ele não quis avaliar, no entanto, quanto isso iria custar. “Consideramos um preço futuro da ordem de R$ 150/MWh, mas o valor de outorga também precisa considerar qual será o nível de hedge hidrológico”, explicou o executivo. Segundo ele, porém, o valor da outorga “sempre será superiora R$ 10 bilhões”, concluiu.

Por Denise Luna e Wellington Bahnemann

Estadão Conteúdo

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