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Lucro líquido da Aliansce Sonae (ALSO3) encolhe 50% no segundo trimestre

(Foto: Divulgação)

A Aliansce Sonae (ALSO3) divulgou nesta quarta-feira (12), após o fechamento dos mercados, os seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2020. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 35,7 milhões no período, queda de 50,3% em relação ao segundo trimestre do ano passado.

Os números foram bastante afetados pela pandemia, mas vieram em linha com as expectativas. Destaque para a queda expressiva nos seus principais indicadores operacionais: redução de 85% nas vendas totais dos lojistas, pois os shopping centers estiveram abertos apenas 11% das horas disponíveis no trimestre.

O principal destaque negativo foi o aumento na provisão para devedores duvidosos (PDD) de R$ 18,4 milhões no trimestre, quase 3 vezes superior ao montante do mesmo período de 2019 (PDD de milhões de reais). Ainda nessa linha, houve aumento da inadimplência para 8,7% (1,3% no segundo trimestre de 2019).

Assim como no primeiro trimestre de 2020, a companhia realizou um ajuste de aluguel linear. Mesmo com esse ajuste de R$ 126,9 milhões no trimestre, o lucro operacional dos shoppings (NOI) atingiu R$ 4,8 milhões.

O destaque positivo, assim como no trimestre anterior, foi a menor despesa financeira, que caiu 58,6% devido à menor taxa de juros vigente.

Além desta linha, com 26 dos 27 shoppings reabertos, a companhia não recebeu volume relevante de solicitações de saída de lojistas e registrou taxa de ocupação de por cento no trimestre.

Para analistas, o resultado trimestral mais fraco divulgado pelas empresas de shopping centers já era esperado, pois os shopping centers ficaram fechados cerca de 90% do tempo no período devido à pandemia.

Desde que a Iguatemi (IGTA3) divulgou seus números no dia 4/ago, mostrando que os impactos não seriam tão negativos quanto às expectativas, as ações da Aliansce Sonae (ALSO3) já subiram 13% no período. A sensação é que o pior ficou para trás com a reabertura dos shopping centers e a recuperação das vendas dos lojistas.

Mesmo assim, as ações da Aliansce Sonae (ALSO3) ainda acumulam desempenho bastante negativo em 2020: queda de 40,4%, comparado à desvalorização de 11,7% do Ibovespa.

Essa alta recente deve limitar o impacto positivo no preço das ações da Aliansce Sonae no curto prazo e por isso analistas esperam por um desempenho em linha com o Ibovespa no pregão desta quinta-feira (13).

A receita líquida atingiu R$ 161,9 milhões no trimestre (R$ 41,9 milhões sem considerar o ajuste linear na receita de aluguel), queda de 27,7% em relação ao segundo trimestre de 2019.

O lucro operacional dos shoppings (NOI) somou milhões de reais R$ 131,7 milhões, queda de 30,3% em relação ao mesmo período de 2019. O NOI sem considerar o ajuste linear somou R$ 4,8 milhões.

O custo operacional dos shopping centers foi reduzido em 56%. Porém, os custos totais no 2T20 subiram 36% na comparação anual devido à provisão para devedores duvidosos (PDD) de R$ 18,4 milhões e por um aumento substancial de 128% em depreciação e amortização.

O maior volume da linha de depreciação e amortização pode ser explicado pois nove shoppings do portfólio originalmente pertencentes à Sonae Sierra Brasil marcavam seus ativos a valor de mercado e não registravam custos de depreciação.

A partir desses números da operação, a empresa consolidou um Ebitda Ajustado de R$ 105,1 milhões no período, queda de 34,6% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. O Ebitda ajustado pelo aluguel linear foi negativo em R$ 10,7 milhões no trimestre.

A margem Ebitda sem ajuste linear foi de 64,9%, queda de 7 pontos percentuais em relação ao segundo trimestre de 2019.

O lucro líquido ajustado por itens que não afetam o caixa (FFO) foi de R$ 91,8 milhões, 8,8% acima no resultado apresentado no mesmo período do último ano.

A companhia tem sólida posição de caixa de R$ 1,3 bilhão, com baixo nível de endividamento medido pela relação dívida líquida/Ebitda de 1,1 vezes. Os vencimentos de dívida no curto prazo (12 meses) somam apenas R$ 22 milhões.

A empresa também forneceu informações mais detalhes sobre seus projetos envolvendo seu enorme banco de terrenos de 4,4 milhões de metros quadrados. Enquanto o maior potencial construtivo envolve empreendimentos no entorno do Parque D. Pedro Shopping em Campinas, São Paulo, a empresa também possui projetos de curto prazo (6 com contratos assinados e 12 em negociação).

Os principais catalisadores para as ações do setor são: duração da quarentena nos grandes centros, bem como o ritmo de recuperação na confiança do consumidor e nas vendas do varejo físico.

Especificamente para as ações ALSO3, o desenvolvimento dos projetos envolvendo seu banco de terrenos podem destravar bastante valor ao acionista no médio e longo prazo.

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