Os corpos de três policiais militares, mortos em serviço após abordar um falso policial civil na zona oeste de São Paulo, foram enterrados neste domingo, 9, Dia dos Pais, em cemitérios diferentes. Dois deles deixam esposas grávidas.
O sargento José Valdir de Oliveira Júnior, de 37 anos, e os soldados Celso Ferreira Menezes Junior, de 33, e Victor Rodrigues Pinto da Silva, de 29, foram baleados na cabeça e não resistiram aos ferimentos. O suspeito Cauê Doretto de Assis, de 24 anos, também morreu no confronto.
O crime aconteceu na Avenida Politécnica, região do Butantã, na manhã de sábado, 8. Todos os policiais estavam lotados no 23º Batalhão da Polícia Militar (23º BPM/M) e faziam parte da corporação havia 14, dez e sete anos, respectivamente. Os corpos foram sepultados na Grande São Paulo e no interior.
Segundo o 23º Batalhão, o soldado Menezes foi enterrado no Cemitério da Paz, no Morumbi, zona sul da capital. De família de policiais, ele era divorciado e não tinha filhos.
Já o sepultamento do soldado Victor aconteceu no Cemitério Memorial Parque da Paz, em Embu das Artes, na região metropolitana. Ele deixa a mulher, que está grávida do primeiro filho do casal.
Por sua vez, o sargento Oliveira Júnior foi velado e enterrado no Cemitério Municipal de Presidente Venceslau, no interior. Pai de uma adolescente de 16 anos, ele também deixa a mulher grávida – e ela espera por gêmeos.
O crime
No dia em que foram assassinados, os PMs notaram um Volkswagen Fox, de cor branca, abordar uma motocicleta na altura do número 3.045 da Avenida Politécnica. Por estranhar a ação, resolveram abordar o veículo.
Cauê Doretto de Assis, que estava ao volante do carro, teria então descido, se apresentado como policial civil e avisado que estava armado. Em seguida, os PMs teriam desconfiado, recolhido a pistola do suspeito e apanhado os documentos para fazer a consulta de registro.
Um amigo de Assis estava no banco do passageiro. Na delegacia, ele relatou que naquela hora o suspeito sacou uma segunda arma e surpreendeu os PMs. O primeiro atingido teria sido o soldado Victor, que estava mais próximo do criminoso, vítima de um disparo na têmpora.
O sargento Oliveira Júnior e o soldado Menezes também foram alvejados na cabeça. A principal hipótese é que Menezes tenha conseguido revidar a agressão e também atingir Assis.
Os três PMs e o suspeito chegaram a ser socorridos ao hospital, mas não resistiram. À polícia, o homem que estava no carona relatou não ter participado do confronto e que “saiu correndo” quando ouviu os disparos.
“Ele sacou a (segunda) arma, atirou no policial aqui (soldado Victor). Foi até a viatura e aí começou a troca de tiro intenso. Nisso, eu já tava correndo e subi o barranco”, declarou. “Eles estavam de costas para a gente, por isso não puderam ter reação.”
O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e também pela PM, por meio de inquérito militar. Dependendo do decorrer da investigação, o homem pode ser considerado suspeito ou testemunha do caso.
Segundo a polícia, Assis chegou a responder por estelionato em 2019. Em janeiro do ano passado, o suspeito também registrou uma queixa contra um PM após supostamente ser ameaçado. Na ocasião, ele teria uma casa de show e estaria devendo dinheiro ao agente.
Pelas redes sociais, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lamentou a morte dos policiais. “Minha solidariedade às famílias dos nossos heróis da PM”, declarou no Twitter. O presidente Jair Bolsonaro, ao fazer uma postagem em redes sociais neste domingo, 9, para falar sobre coronavírus, também citou o caso. “Lamentamos cada morte, seja qual for a sua causa, como a dos 3 bravos policiais militares executados em São Paulo”, escreveu.
Por Redação
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