Categories: Economia

Desembargador que humilhou guarda reaparece sem máscara em praia de Santos

O desembargador Eduardo Almeida Prado Rocha Siqueira, que ofendeu e tentou intimidar guardas civis municipais ao ser abordado por estar sem máscara de proteção facial obrigatória, foi flagrado novamente sem o EPI durante uma caminhada em uma praia de Santos, no litoral paulista.

Imagens obtidas pelo G1, que teriam sido feitas na manhã desta quarta-feira, 5, mostram o magistrado caminhando pela faixa de areia, com a máscara no pescoço, enquanto falava ao celular. Segundo o portal, Siqueira disse que ‘provavelmente’ não era ele.

Relembre o caso

Flagrado sem máscara enquanto caminhava em uma praia de Santos, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo chamou de ‘analfabeto’ o guarda que lhe pediu que colocasse o EPI – obrigatório em locais públicos, comércios, transportes e ambientes de trabalho em Santos desde maio em razão da pandemia do novo coronavírus.

O magistrado chegou a desafiar os agentes a multá-lo e a insinuar que jogaria a autuação ‘na cara’ do guarda caso ele insistisse na notificação. Siqueira também ligou para o secretário de Segurança Pública do município e evocou um suposto irmão procurador de Justiça para intimidar os guardas. O caso ganhou repercussão depois que vídeos da abordagem passaram a circular nas redes sociais (assista abaixo).

O episódio rendeu ao desembargador uma investigação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, entendeu que os fatos podem caracterizar conduta que infringe os deveres dos magistrados estabelecidos na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) e no Código de Ética da Magistratura.

Dias depois do flagra, o magistrado divulgou nota pública se dizendo arrependido pela maneira como tratou o guarda municipal, pedindo desculpas por ter se exaltado e admitindo que nada justifica os ‘excessos’ ocorridos.

“Me exaltei, desmedidamente, com o guarda municipal Cícero Hilário, razão pela qual venho a público lhe pedir desculpas”, escreveu. “Nada disso, porém, justifica os excessos ocorridos, dos quais me arrependo”, completou.

Já ao Conselho Nacional de Justiça, o desembargador adotou outra estratégia e voltou a atacar o guarda de Santos, a quem acusou de ‘abuso de autoridade’.

Por Redação

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Pedidos deferidos no Desenrola Agências Reguladoras somam R$ 2,88 bilhões, afirma AGU

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta quinta-feira, 16, por meio de nota, que os…

3 horas ago

Cosan levanta R$ 9 bilhões com venda de participação na Vale

A Cosan, do empresário Rubens Ometto, se desfez nesta quinta-feira, 16, de sua participação de…

6 horas ago

Antofagasta amplia produção de cobre e ouro no 4º trimestre de 2024

A Antofagasta ampliou a produção de cobre e ouro no quarto trimestre de 2024, após…

7 horas ago

CCR inicia eletrificação de sua frota operacional em rodovias com 15 veículos em 2025

O Grupo CCR, gigante do setor de infraestrutura de mobilidade, inicia neste mês o projeto…

7 horas ago

FTC processa Deere, alegando monopólio no reparo de tratores

A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) processou a…

8 horas ago

Terminal que dobrará capacidade de Santos será leiloado até novembro, diz ministro

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que o leilão do STS10,…

8 horas ago