Economia

Bolsa fecha com queda de 1,57% e perde mais de mil pontos; dólar fica a R$ 5,28

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, perdeu 1,6 mil pontos na comparação com o fechamento de ontem e encerrou em queda de 1,57%, aos 101.215,87 pontos nesta terça-feira (4), devido ao clima de cautela com as questões domésticas e pela volatilidade do mercado acionário de Nova York. Já o dólar teve um dia marcado por altos e baixos, mas acabou por fechar com queda de 0,53%, a R$ 5,2857, ainda à espera de um possível novo corte da Selic a ser anunciado amanhã.

Por aqui, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, acabou por sentiu o peso da queda de 40% do lucro do Itaú para o segundo trimestre, assim como também aconteceu com Santander e Bradesco. Além disso, o dia não foi nada favorável para as ações do setor, que possuem grande peso para o índice. Hoje, voltou ao foco a possibilidade do Congresso limitar em 30% os juros para cartão de crédito e cheque especial. As ações de Itaú, Bradesco e Santander fecharam com quedas de 5,83%, 2,09% e 2,80% cada.

Além disso, os investidores seguem atentos às investidas do governo sobre a recriação de um novo imposto nos moldes da CPMF. Enquanto Guedes busca por uma maneira de tornar o tributo mais ‘palatável’, uma eventual proposta deverá encontrar um árduo caminho para ser aprovada. Hoje mesmo, a senadora Kátia Abreu (PP-TO) disse ser “próxima de zero” a chance de um imposto como a CPMF ser aceito no Congresso.

Contudo, apesar da queda significativa, o Ibovespa conseguiu reduzir as perdas no final do pregão – no pior momento do dia, ele ameaçou ceder o importante suporte de 100 mil pontos, ao tocar na mínima de 100.004,50 pontos, em queda de 2,75%. Contribuiu para esse cenário, a decisão do BNDES em vender as ações que detinha da Vale: mais de 135,6 mil ações em circulação foram vendidas, o que representa 2,56% do capital social total da mineradora. Porém, suas ações fecharam com leve alta de 0,73%.

Com os resultados de hoje, a B3 cede agora 1,65% na semana, com perdas de 12,48% no ano. No pregão de hoje, caíram Cogna, com 5,73%, CVC, com 5,40% e Cielo, com 5,00%. Na ponta positiva, MRV subiu 0,65% e Hypera avançou 0,58%.

Câmbio
A moeda americana nesta terça-feira ora devolveu parte da forte valorização de ontem, ora operou pressionada pelo temor de mais piora fiscal no Brasil, com o governo desejando estender até 2021 o estado de calamidade pública – apenas para ampliar gastos – e ainda de novos cortes de juros, com potencial de redução da Selic para 2%.

“Os riscos de curto prazo pendem em direção a mais deterioração nas contas fiscais”, alertam os estrategistas do banco americano Citi. Já para o estrategista e sócio da TAG Investimentos, Dan Kawa, o aumento do risco fiscal vem ganhando corpo nos últimos dias e uma das mostra é a depreciação recente do real, a queda do Ibovespa e o aumento da inclinação da curva de juros.

Mercados internacionais
A esse cenário de tensões locais, também se soma as idas e vindas de Nova York. Por lá, chamou a atenção os impasses entre democratas e governo em torno do superpacote de estímulos fiscais avaliado em US$ 1 trilhão. Segundo Steve Mnuchin, secretário do Tesouro americano, as negociações estão exatamente como elas estavam há uma semana atrás. Contudo, os índices acharam força para subir no final e terminar com algum lucro. Dow Jones avançou 0,62%, S&P 500 avançou 0,36% e Nasdaq teve ganho de 0,35%.

Ganhos mais consistentes foram notados nos demais índices, que fecharam na maioria em alta, ainda apoiados pelos dados econômicos positivos do dia anterior. No mercado asiático, o Hang Seng subiu 2% em Hong Kong, o japonês Nikkei avançou 1,7%, o sul-coreano Kospi ganhou 1,29% e o Taiex saltou 1,57% em Taiwan. Já os índices chineses ficaram sem sentido único: o Xangai Composto subiu 0,11%, mas o Shenzhen Composto caiu 0,65%. A Bolsa australiana, na Oceania, cedeu 1,88%.

No velho continente, as únicas quedas foram a de 0,07% do Stoxx 600 e a de 0,36% de Frankfurt. A Bolsa de Londres teve leve alta de 0,05% e a de Paris avançou 0,28%. Já Milão, Madri e Lisboa tiveram ganhos de 1,21%, 0,73% e de 1,21%.

Petróleo e Ouro
Nesta terça, o contrato futuro mais líquido do ouro fechou acima da marca de US$ 2.000 a onça-troy pela primeira vez na História, em meio a um rali nos preços do metal precioso, apoiados pela incerteza da pandemia, pela tendência de baixa no dólar e pelo juros baixos no mundo todo.

Também hoje, o petróleo encerrou em alta, apesar de ter começado o dia em baixa, devido ao temor com o ressurgimento do coronavírus. A melhora se deu após rumores indicarem que o nível de estoque de barris dos Estados Unidos recuou na última semana, mas o relatório oficial está programado para sair apenas com o mercado já fechado. Com isso, o WTI para setembro, referência no mercado americano, encerrou em alta de 1,68%, a US$ 41,70. Já o Brent para outubro, referência no mercado europeu, avançou 0,63%, a US$ 44,43 o barril./MAIARA SANTIAGO, LUÍS EDUARDO LEAL E ALTAMIRO SILVA JÚNIOR

Estadão Conteúdo

Recent Posts

ABBC, Acrefi e Zetta divulgam manifesto contra PL 4.395, que altera regras do FGC

Três entidades financeiras que representam instituições de pequeno e médio portes divulgaram nesta sexta-feira, 22,…

1 hora ago

Paper recorre de decisão do Cade que suspendeu direito de voto na Eldorado

A Paper Excellence apresentou recurso para suspender a decisão da Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de…

1 hora ago

Petrobras não está interessada em empilhar dinheiro, diz Magda sobre dividendos

A presidente da Petrobras disse nesta sexta-feira, 22, que, existindo "garantia de viabilidade" para o…

3 horas ago

Banco do Brasil: Clientes aplicaram R$ 4,7 mi no Tesouro via WhatsApp desde lançamento

Os clientes do Banco do Brasil investiram R$ 4,7 milhões no Tesouro Direto utilizando o…

3 horas ago

Setor automotivo da Bosch planeja cortes de empregos expressivos nos próximos anos

A Bosch anunciou nesta sexta-feira, 22, que irá cortar cerca de 5500 cargos nos próximos…

4 horas ago

Getnet escolhe Juan Franco, ex-Nuvei, como novo CEO global

A Getnet, empresa de maquininhas de origem brasileira e que pertence ao Grupo Santander, anunciou…

6 horas ago