A Eletrobras (ELET3/ELET6) aprovou e apresentou neste sábado (01) o seu Plano Estratégico 2020-2035, substituindo o Plano Estratégico 2015-2035, que havia sido aprovado ainda no contexto do governo Dilma Rousseff e à luz da Medida Provisória (MP) 579.
Segundo o comunicado, além de definir uma nova identidade empresarial (Propósito, Visão e Valores), o novo plano “estabelece um conjunto de diretrizes e objetivos voltados para o crescimento e a modernização da Eletrobras e alinhados às novas tendências do setor de energia.”
As tendências para o setor nos próximos anos estão associadas ao processo de descarbonização da energia, à diversificação das fontes, à geração distribuída, à disrupção tecnológica e à digitalização acelerada. Diante disto, a Eletrobras entende a necessidade em ajustar o seu modelo para se adaptar ao futuro da energia no Brasil.
Entre os principais pontos mencionados destacam-se a: (i) projeção média de investimentos de R$ 6,5 bilhões por ano entre 2020 e 2024, (ii) aumento na participação de energia limpa e renovável no seu portfolio e (iii) preocupação com a criação de valor ao investidor, utilizando inclusive métricas contábeis de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) como parte dos seus indicadores de desempenho.
A notícia é positiva para os acionistas da Eletrobras (ELET3/ELET6), pois demonstra a preocupação da companhia em acompanhar as mudanças estruturais no setor elétrico.
A utilização do ROE como medida de desempenho é um bom indicativo da sua aproximação com medidas de mercado, impulsionando o seu retorno, o potencial de pagamento de dividendos e aumento do seu valor de mercado. E a apresentação do Plano Estratégico pode ser vista como uma tentativa de acelerar o processo de privatização, que segue na pauta do governo atual. Analistas apostam em impacto positivo no preço das ações da Eletrobras (ELET3/ELET6) no curto prazo.
No fim de julho, a companhia publicou um fato relevante anunciando que o Ministério de Minas e Energia solicitou a inclusão de R$ 4 bilhões no orçamento da Secretaria Especial da Fazenda do Ministério para a constituição da nova empresa pública, já prevista no Projeto de Lei que trata da privatização da Eletrobras.
A ideia é colocar os ativos que o governo não aceitaria privatizar dentro desta empresa pública, como a parcela acionária de Itaipu Binacional, a Eletrobras Termonuclear (atualmente controlada pela Eletrobras), pelos bens da União sob administração da Eletrobras e pelos programas de governo.
O CEO da companhia, Wilson Ferreira Junior, vem tentando modificar o perfil da companhia, deixando-a mais enxuta, rentável e próxima do mercado. O processo, contudo, é lento, e poderia ser acelerado com a privatização ou até mesmo com a capitalização da companhia, por meio de uma oferta subsequente das suas ações no mercado acionário brasileiro.
Analistas acreditam que há uma possibilidade maior de ocorrer uma privatização “soft”, oriunda da capitalização da empresa e consequente diluição da participação do governo no capital da Eletrobras”
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