O Conselho de Administração da Eletrobras aprovou o plano estratégico do grupo para o período de 2020 a 2035, quando os investimentos totais previstos em geração e transmissão (G&T) devem ficar entre R$ 95,3 bilhões (equivalente a R$ 6,0 bilhões por ano) e R$ 201,9 bilhões (R$ 12,6 bilhões por ano). A informação consta em fato relevante da companhia divulgado neste sábado, 1º de agosto.
O piso para a projeção considera um cenário sem capitalização da empresa, com a manutenção do regime de cotas para as usinas prorrogadas pela Lei 12.783/2013, bem como a manutenção do nível de alavancagem da companhia (medido pela relação entre dívida líquida e o Ebitda) inferior a 2,5 vezes.
Já o teto da projeção leva em conta um cenário de capitalização da empresa, considerando a descotização das usinas prorrogadas pela Lei 12.783/2013 e a celebração de novos contratos de concessão de geração de energia elétrica de produtor independente, o que geraria um aumento no lucro operacional medido pelo Ebitda. Para este caso também é considera uma alavancagem abaixo de 2,5 vezes.
“O novo plano estabelece um conjunto de diretrizes e objetivos voltados para o crescimento e modernização da Eletrobras e alinhados às novas tendências do setor de energia”, descreve o comunicado, que é assinado pela Diretora Financeira e de Relações com Investidores, Elvira Cavalcanti Presta.
Os principais temas a serem perseguidos pela Eletrobras ao longo dos próximos 15 anos passam por descarbonização, diversificação das fontes de energia, geração distribuída, disrupção tecnológica e digitalização acelerada, de acordo com o documento. “Estas e outras tendências do setor elétrico implicarão em ajustes no modelo setorial”, diz.
O documento pondera que, diante das incertezas provocadas pela pandemia global do covid-19, a estratégia de longo prazo precisa ter robustez para navegar entre cenário de crescimento e competição de alta intensidade, bem como ambientes com o mercado em baixos níveis de evolução.
Na visão da empresa, porém, o cenário mais provável para o curto prazo é o de redução da demanda de energia com magnitude ainda incerta. Como decorrência, prevalece o cenário de sobreoferta e o adiamento de novos leilões, além de atrasos nos investimentos atuais.
No comunicado, a Eletrobras ponderou também que o plano estratégico anterior, de 2015 a 2030, publicado em 2014, contemplou as alterações decorrentes da Medida Provisória 579, de 11/09/2012, convertida na lei 12.783 de 11/01/2013, referente às concessões que foram prorrogadas à época sob as novas condições da nova lei.
Segundo a Eletrobras, os impactos da MP 579 comprometeram a saúde financeira da empresa nos anos seguintes, tendo sido necessário adotar uma série de medidas de ajustes focadas em melhorias operacionais, financeiras e de governança e compliance.
Por Circe Bonatelli
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