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Com pandemia, Petrobras tem prejuízo de R$ 2,7 bilhões no segundo trimestre

(Foto: Divulgação / Petrobras)

A Petrobras divulgou o resultado do 2T20 nesta quinta-feira (30), após o fechamento do mercado. O resultado foi muito afetado pela queda de 42% no preço médio do barril de petróleo do tipo Brent, que ficou em US$ 29.

Dessa forma, os números vieram mais fracos, o que já era esperado pelos analistas devido ao cenário desafiador que a cadeia de petróleo global enfrentou, cenário que prejudicou fortemente tanto o preço como a oferta pelos produtos vendidos. O dólar mais alto não foi suficiente para reverter os estragos, porém ajudou no desempenho as exportações.

O destaque positivo foi a geração de caixa operacional, que alcançou R$ 29,3 bilhões registrando um aumento de 42,9% na comparação anual.

O Ebitda recorrente de R$ 17,7 bilhões veio um pouco abaixo do esperado (R$ 18,9 bilhões).

Já o destaque negativo foi o prejuízo líquido recorrente de R$ 13,7 bilhões, praticamente dentro do esperado de R$ 8,5 bilhões a R$ 23 bilhões.

Levando em consideração o trimestre, analistas esperam que o mercado reaja positivamente aos números que a companhia reportou. Mesmo em um cenário adverso, com preço médio de petróleo do tipo Brent a US$ 29, a Petrobras conseguiu uma boa geração de caixa operacional, resultado de uma política de controle de custos, rápida migração de sua oferta de produtos para exportação e custos de exploração menores.

Embora o resultado tenha sido fraco, a geração de caixa operacional, a eficiência na exploração de petróleo em águas profundas e a política de controle de custos devem prevalecer na avaliação dos resultados.

Analistas esperam impacto positivo no preço das ações da Petrobras (PETR3/PETR4) no curto prazo, pois a companhia mostrou neste “primeiro capítulo” de pandemia certa resiliência e provou estar colocando em prática o seu compromisso de aumentar o retorno sobre o capital investido.

No ano as ações PETR4 apresentam queda de 24,9%, desempenho inferior à queda de 9,2% do Ibovespa.

A empresa reportou uma receita líquida de R$ 50,9 bilhões, um decréscimo de 30% ante o mesmo período de 2019. O impacto na receita deveu-se a forte queda no preço do barril do petróleo e na queda vertiginosa na demanda por seus derivados. O resultado não foi pior, pois a companhia conseguiu de maneira muito rápida aumentar sua capacidade de exportação para a China.

O Ebitda ajustado recorrente foi de R$ 17,7 bilhões uma redução 52% quando comparado com o mesmo trimestre do ano passado.

Especialistas destacam os resultados do segmento de exploração e produção, a margem Ebitda do segmento saltou de 63% no 2T19 para 75% neste 2T20, com o custo médio de extração caindo mais de 40 por cento com relação ao 2T19. Parte da redução do custo de extração é explicada pelo dólar mais alto, porém o aumento de eficiência no pré-sal e a hibernação de plataformas menos produtivas em outros campos foi importante.

Em adição temos o Programa de Demissão Voluntária com adesão de mais de 10 mil colaboradores que irá gerar uma economia de cerca de R$ 4 bilhões anualmente, dando continuidade à melhora na eficiência da companhia como um todo.

A dívida líquida saiu de US$ 73,12 bilhões no fechamento do trimestre passado para R$ 71,22 bilhões no final de junho/20. Apesar disso, como foi registrado um Ebitda Ajustado menor do que do último trimestre, a relação dívida líquida/Ebitda fechou 2T20 em 2,34 vezes, acima dos 2,15 vezes do 1T20.

A Petrobras demonstrou em números que está executando bem as diretrizes estabelecidas na sua estratégia para o quadriênio 2020-2024. Mesmo que não consiga alcançar todas as metas devido à pandemia e o cenário para o petróleo daqui para a frente, os recentes esforços demonstraram que ela conseguiu atravessar o cenário de stress de maneira bastante satisfatória, com melhorias estruturais que irão refletir positivamente no longo prazo.

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